Um homem-bomba se explodiu neste domingo e matou 14 pessoas na entrada do aeroporto internacional de Cabul, no momento da chegada do general e chefe de guerra Abdul Rashid Dostum, que voltou a seu país depois de um ano no exílio na Turquia.

Sessenta pessoas também ficaram feridos.

Oficiais do governo, líderes políticos e partidários estavam reunidos no aeroporto para receber o influente líder uzbeque e ex-senhor da guerra quando a explosão aconteceu.

Dostum, que se encontrava em um veículo blindado, nada sofreu, informou seu porta-voz Bashir Ahamd Tayanj.

O suicida estava a pé, segundo o ministério do Interior, que acrescentou que entre as vítimas fatais se encontra uma criança e membros das forças de segurança.

O grupo do Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque por meio de sua agência oficial de notícias Amaq no sábado, de acordo com o grupo de monitoramento de inteligência Site.

Dostum, que é acusado de violações dos direitos humanos no Afeganistão e se encontrava na Turquia desde maio de 2017, foi recebido como uma celebridade.

Sua volta, que foi alvo de muita especulação, acontece em meio a violentos protestos em várias províncias no norte do país, seu tradicional reduto.

Milhares de seguidores de Dostum saíram às ruas nas últimas semanas, obrigaram o fechamento de centros eleitorais e bloquearam estradas para exigir a libertação de um líder da milícia pró-governamental e pedir a volta de Dostum.

As notícias da volta de Dostum pouco acalmaram os ânimos e os manifestantes juraram neste domingo que continuarão com os protestos até que o líder da minoria étnica uzbeka determine o contrário.

“Nós não confiamos no governo. Continuaremos com nossos protestos a menos que o general Dostum nos peça que paremos”, afirmou à AFP Ehsanulá Qowanch, líder das manifestações na província de Faryab.

O avião em que Dostum chegou foi fretado especialmente pelo governo afegão para levá-lo de Ancara.

O general Abdul Rashid Dostum, que foi chefe de guerra do norte do Afeganistão e foi primeiro vice-presidente do país, foi investigado em janeiro de 2017 ple a justiça sob pressão dos países ocidentais depois que ele ordenou a sua guarda pessoal a capturar seu adversário, Ahmad Ishchi, um ex-governador sexagenário, que, além de sequestrado, foi torturado e sodomizado com um fuzil de assalto AK-47.

Ele deixou o país em maio de 2017 para evitar a justiça e suas tentativas por regressar haviam fracassado até agora.