Não, não quero promover rebeliões. Tampouco tomadas de poder à força no ambiente corporativo. Hierarquia às avessas não significa anarquia, negação ao princípio de autoridade. Trata-se de um novo contexto das relações frente ao modelo antigo e rígido de chefia. Há uma versão muito mais adequada, empática, desenvolvedora, meritocrática e sadia, onde as pessoas estão no centro. Conduzida por lideranças que fomentam propósito coletivo e cultura organizacional para a maior participação de todos. Agora a decisão é sua, colaborador!

O que predominou no passado? Um modelo de chefia a ser abolido! No padrão comando e controle. De lideranças com o falso estereótipo de perfeição. Que vira e mexe caiam na intimidação. Uma versão doentia, com sobrecarga para todos. Típica de quem se apega ao cargo e tem medo de ser superado. A postura era:

  1. Sempre parecer ter todas as respostas;
  2. Trazer as soluções e os caminhos;
  3. Tomar todas as decisões;
  4. Ter a equipe trabalhando para si e não para a empresa;
  5. Ser dono do orçamento e da alocação dos recursos;
  6. Ter prerrogativa exclusiva para mudar os rumos.

Aff! Quanta pressão! Preciso ser um super-herói, até para esconder minhas fragilidades. E quero robozinhos, com habilidades restritas para não me ameaçarem. Dou uma ordem, eles concordam e fazem. Mas e quando os colaboradores querem mais? Meu Deus, estou perdendo as rédeas! Máscaras vão cair! Há fantasmas por todos os lados!

Caro líder, vale chamar toda a responsabilidade para si? Por que não ter o direito à vulnerabilidade e à incerteza? Ao experimentar, ousar, errar, aprender, transformar, acertar e virar a chave? Claro, tudo dentro dos limites do razoável. E por que não contar com densidade de talentos, equipe com múltiplas características e capaz de contribuições mais relevantes?

Os tempos são outros. As lideranças do futuro têm papel muito mais estratégico e inspiracional para extrair os melhores resultados dos colaboradores. As premissas são:

  1. Projetar e fortalecer o propósito corporativo e social, com ações práticas para manter vivo o entusiasmo do time e a conexão com a marca empregadora;
  2. Propagar a cultura de confiança recíproca, com desafios, progressão de carreira, salários, benefícios e outros reconhecimentos ao desempenho compatíveis com o mercado;
  3. Disseminar o clima organizacional positivo, com ênfase à capacitação, motivação, engajamento e diversidade, despertando a todos para a liberdade com responsabilidade, orgulho em pertencer e senso de dono;
  4. Levar os colaboradores à sua melhor versão, com abertura para o diálogo, oportunidades de exposição e exercício das habilidades, além de feedbacks constantes e construtivos;
  5. Fomentar nos colaboradores a construção de soluções e tomadas de decisão com inteligência emocional e maturidade, procurando melhorias de processos, produtos e serviços, a partir de ideias inovadoras e disruptivas;
  6. Conduzir o grupo para valores e práticas que vão além dos negócios e contribuem para qualidade de vida e uma nova sociedade, onde prevalecem respeito, inclusão, equidade, igualdade de oportunidades e direitos para todos.

E então, colaborador, que tal este modelo? Ele existe, viu! Logo, é mesmo necessário submeter-se às lideranças ultrapassadas? Desculpe-me, mas há como ser mais realizado. Bem-vindo ao novo mundo. E a decisão é sua! Seja protagonista!