Poucas empresas no mundo têm a prerrogativa de poder afirmar que possuem tradição em inovação, quando sua história mal completou 20 anos. A Syngenta é uma delas. Resultado da fusão realizada entre a Novartis Agribusiness e a Zeneca Agrícola no ano 2000, sua herança remonta a 1758, quando Johan Rudolf Geigy-Gemuseus fundou na Suíça a J.R. Geigy, dedicada à comercialização de “materiais, produtos químicos, corantes e medicamentos diversos.” A Geigy, que em 1970 se uniria à Ciba, foi o ponto de partida para a extensa linha de fusões e aquisições que resultaram na atual configuração da Syngenta — eleita pelo anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2020 como destaque na gestão em inovação e qualidade. A vitória se soma às grandes conquistas dos pesquisadores que atuam em diversos países para encontrar soluções aos mais diversos desafios da ciência. O grande marco nesse sentido, que até hoje orgulha os funcionários, foi o Prêmio Nobel de Fisiologia-Medicina, dado em 1948 ao pesquisador Paul Müller, que na ocasião fazia parte da Geigy. Honrando a reputação conquistada no passado pela empresa mãe, a Syngenta de hoje não poupa nenhum esforço para seguir inovando.

Um dos principais compromissos envolve a busca pelo ineditismo no campo e no meio ambiente. “Assumimos o compromisso de apresentar duas novas tecnologias voltadas ao aumento da produtividade de forma sustentável no campo por ano”, afirmou Valdemar Fischer, diretor regional para a América Latina da Syngenta. O financiamento vem da destinação de 10% do faturamento global da empresa, que em 2019 foi de US$ 13,5 bilhões. Não é qualquer corporação que consegue destinar US$ 1,3 bilhão exclusivamente para pesquisa e desenvolvimento — valor que supera inclusive o faturamento obtido pela operação da América Latina (US$ 1 bilhão em 2019).

No Brasil, a alocação dos recursos para pesquisa e desenvolvimento é concentrada na fábrica de Paulínia (SP). Trata-se da maior unidade da companhia no mundo e também um motivo de orgulho. Ali, a taxa de qualidade de produto supera 99%. O índice é auferido por meio de uma série de indicadores, que medem desde o tempo de entrega ao cliente até a aplicabilidade exigida por ele. Para garantir a eficiência no processo de distribuição, a empresa utiliza a Control Tower, plataforma que permite identificar desvios e agir com rapidez para solucionar os problemas na operação. O retorno já foi comprovado com a redução de 20% no tempo de entrega de mercadoria na ponta final.

O alto índice de clientes satisfeitos é também resultado de tecnologias embarcadas no produto para solucionar dilemas de mercados específicos. Na agricultura brasileira, segundo Fischer, um dos maiores desafios é realizar o gerenciamento de resistências de fungos e insetos. Como o Brasil é o maior mercado do grupo no mundo, as necessidades da agricultura nacional entram no topo da lista de prioridades da companhia. “Demandas como essas são estudadas pelos nossos pesquisadores nos laboratórios da China, da Inglaterra e da Suíça. Os ativos encontrados são importados por nossa operação, que tropicaliza e formula 90% dos produtos que vendemos aqui”, afirmou o diretor regional. Além dos produtos, outro foco da empresa é usar a tecnologia para melhorar a experiência do consumidor. No ambiente físico, investiu na abertura da primeira loja própria em Ijuí (RS), sob a marca Atua Agro. No ambiente virtual, lançou a plataforma de produtos Cropwise com o objetivo de ampliar o acesso do agricultor às ferramentas de gestão e monitoramento do plantio, atualmente já presentes em 4,5 milhões de hectares brasileiros.

Passo fundamental para essa iniciativa, que está sob o guarda-chuva da Syngenta Digital, foi a compra da agrotech brasileira Strider. Novas aquisições não são descartadas pela empresa que tem no Syngenta Ventures um braço dedicado a olhar novas oportunidades de investimentos em tecnologias e startups. Todo o planejamento da empresa, neste e nos próximos cinco anos, está alinhado com o objetivo de promover uma agricultura cada vez mais inteligente e que ajude a preservar o planeta. Na nova versão do Plano de Agricultura Sustentável, divulgado em junho, a Syngenta anunciou verba extra de US$ 2 bilhões a ser investidos especificamente em projetos que priorizam a luta contra as mudanças climáticas e a recuperação da biodiversidade no fortalecimento da agricultura na era pós Covid-19.