SÃO PAULO TEM A MAIOR frota de helicópteros do mundo. Há poucas semanas, ultrapassou Nova York e Tóquio, com um total de 470 aeronaves sobrevoando a cidade. Engarrafamentos, aumento do número de executivos em trânsito e, acima de tudo, tempo curto para ser desperdiçado em transporte fizeram da capital paulista o céu dos helipontos. E para tornar esse “céu” financeiramente protegido de acidentes, seguradoras tiveram que diversificar seus produtos aéreos.

As coberturas incluem desde todo o casco da aeronave até os passageiros, piloto, terceiros que venham a ser atingidos e cargas. Poucas seguradoras no Brasil dispõem desse serviço. A Mapfre é a principal delas. Detém cerca de 35% do mercado. Allianz e Helipark também oferecem o produto. “Sempre que um helicóptero cai, ficamos atentos, pois a probabilidade de ser nosso cliente é muito grande”, diz Antônio Cássio dos Santos, presidente da Mapfre. Somente em 2007 foram 19 acidentes registrados no País, o maior número dos últimos dez anos. O crescimento do número de aeronaves, no entanto, superou proporcionalmente os sinistros, já que, entre 2006 e 2007, 72 novos helicópteros foram incorporados à frota nacional, somando um total de 1.089 unidades. A expectativa é que, até 2010, mais 80 aeronaves cheguem ao mercado. “A espera para receber o helicóptero ultrapassa um ano”, informa Carlos Eduardo Polizio, superintendente de seguro aeronáutico da Mapfre.

Uma apólice para helicópteros possui inúmeras variáveis, que vão desde a experiência comprovada do piloto até o local onde o helicóptero passa por manutenção. A região que costuma sobrevoar e o risco dos vôos também são levados em consideração. “Helicópteros que supervisionam redes elétricas ou fazem vôos constantes no litoral apresentam mais risco. Por isso, requerem um seguro mais caro”, explica Polizio. O prêmio de uma aeronave de uso executivo, no valor de US$ 3 milhões, com piloto experiente e que sobrevoa apenas a região Sudeste pode chegar a US$ 60 mil. Na Guy Carpenter, seguradora do grupo MMC, somente as aeronaves que ultrapassam o valor de US$ 10 milhões são cobertas. Pertencem, no geral, a empresas de transporte aéreo ou prestadoras de serviços da Petrobras, que transportam funcionários das plataformas marítimas. O prêmio a ser pago na Guy Carpenter pode variar de 0,20% a 1% do valor da aeronave. Jorge Caminha, diretor da companhia, afirma que as variáveis que influenciam o preço são as mesmas praticadas pelo mercado. “Mas nossa cobertura pode ser mundial”, diz.