Durante o final de semana, uma notícia sobre a empresa de inteligência comercial Cambridge Analytica abalou a internet. Segundo o jornal britânico The Guardian, a empresa teria utilizado aplicativos dentro do Facebook para coletar informações sobre 50 milhões de usuários e influenciado as votações que culminaram no Brexit e na eleição de Donald Trump, ambas em 2016.

Usuários, revoltados com a fragilidade da segurança de dados apontada pela matéria, nesta segunda-feira, 19, subiram a hashtag #DeleteFacebook no Twitter, considerado um dos rivais do site de Mark Zuckerberg.

Desde a publicação da matéria, informações desencontradas também deram conta de que Zuckerberg e seu time de advogados tentaram barrar informação publicada pelo Guardian, assim como uma do New York Times, piorando o escândalo com uma acusação de censura.

Cambridge Analytica
Christopher Wylie, o fundador da Cambridge Analytica (Crédito:Reprodução Youtube/Channel 4)

Ao Guardian, Christopher Wylie, o fundador da Cambridge Analytica, assumiu o uso ilegítimo de informações, mas disse também que o Facebook tinha conhecimento de que sua empresa tinha adquirido grandes volumes de dados em 2015. Naquele momento, o Facebook deletou o quiz utilizado para ter acesso aos dados dos usuários e enviou uma carta assinada por seus advogados para que a Cambridge Analytica apagasse a informação. No entanto, a empresa de Zuckerberg nunca seguiu com a queixa a fim de garantir que os dados fossem perdidos, segundo Wylie. O Facebook baniu a Cambridge Analytica apenas em 16 de março deste ano, após a reportagem do jornal britânico exigir um comentário sobre o vazamento de informações.

As duas companhias, agora, estão sob investigação. Enquanto isso, às 15 h de Brasília, as ações do Facebook caem 6,46%, cotadas a US$ 173,13 na Nasdaq, bolsa de valores em Nova York utilizada por empresas de tecnologia.