A Hapvida e o Grupo NotreDame Intermédica estimam capturar juntas sinergias de R$ 1,38 bilhão de Ebitda adicional gradualmente entre 2022 e 2024, em bases recorrentes a partir de 2025. A fusão das operadoras de saúde deve ser finalizada na próxima sexta, 11.

Desse valor, R$ 800 milhões se referem ao grupo de receita (58% do total), R$ 330 milhões a custos (24%) e R$ 250 milhões em despesas com vendas, gerais e administrativas (18%).

Segundo fato relevante divulgado por ambas as empresas, as sinergias virão do aumento de receitas provenientes de cross-sell dos planos corporativos já existentes nas companhias, criação de um produto único na forma de um plano nacional com utilização de rede verticalizada e aproveitamento da capacidade ociosa da rede assistencial própria para prestação de serviços para terceiros e convênios.

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Além disso, os cálculos consideram redução de custos médico-hospitalares provenientes das áreas de suprimentos através da centralização da cadeia, otimização e renegociação dos contratos existentes, compartilhamento da rede assistencial própria, investimentos para incremento de verticalização e gestão hospitalar mais eficiente com a integração e padronização de sistemas.

Os grupos também preveem padronização das práticas de distribuição entre as Companhias e fidelização com corretores e a redução de despesas gerais e administrativas com a otimização das despesas com localização e funcionamento e contratos diversos com terceiros.

O valor estimado das sinergias não compreende os custos para a implementação das iniciativas atreladas a essas sinergias, estimados pela companhia combinada entre aproximadamente R$ 100 milhões e R$ 150 milhões até 2024. As empresas estimam que essa sinergia se estenda de cinco a sete anos a partir da incorporação societária da GNDI pelo Hapvida.

Cronograma de sinergias

As companhias detalham no fato relevante o cronograma estimado para a captura das sinergias. No primeiro ano, a meta é capturar sinergias com fornecedores e compras, além de acreditação nas redes próprias, otimização do portfólio de vidas, venda de serviços para terceiros, serviços de análises e diagnósticos, plano nacional e cross-selling do portfólio existente, estratégia comercial.

No segundo ano, a projeção é unificar os serviços odontológicos das companhias, adotar novas tecnologias nas duas empresas e integrar despesas gerais e administrativas.

Após esse período, a Hapvida e a GNDI pretendem realizar investimentos para aumento da verticalização e integrar sistemas.

As empresas esperam atingir 40% das sinergias operacionais até 31 de dezembro deste ano, 70% até o fim de 2023 e 100% até dezembro de 2024.

O documento aponta que a projeção depende do êxito da nova companhia de iniciativas como: negociação com potenciais clientes para vendas de planos nacionais e cross-selling dos clientes da base existente; incremento da ocupação hospitalar com mais beneficiários próprios e também através da venda de serviços médico-hospitalares para terceiros; renegociação das compras com os fornecedores nas categorias de medicamentos, materiais e OPMEs (órteses, próteses e materiais especiais); renegociação e otimização dos contratos existentes com rede credenciada; acreditação das estruturas de rede própria do Hapvida na prestação de serviços da GNDI e vice-versa; incremento na utilização das estruturas próprias de diagnóstico e análises clínicas; padronização das práticas de distribuição entre as companhias e fidelização com corretores; equalização de parâmetros contratuais dos prestadores de serviços em geral; e ajustes na estrutura operacional.