A reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados na semana passada, não é a que o governo gostaria e terá de ser rediscutida daqui a cinco anos, afirmou nesta segunda-feira, 15, o vice-presidente Hamilton Mourão, em palestra de abertura de um evento na Fundação Getulio Vargas, no Rio. A abertura foi fechada à imprensa. Um vídeo foi divulgado pela EBC, único veículo que pode acessar o auditório.

“Felizmente ela (reforma da Previdência) está encaminhada. Não da forma que nós governo gostaríamos, mas existe um aforismo no meio militar que diz: o ótimo é inimigo do bom. Vamos ter uma reforma boa, mas não uma reforma ótima. Daqui a cinco, seis anos, vamos estar discutindo novamente isso aí. Pode ter certeza disso”, disse o general. Ele comparou a reforma da Previdência a um gargalo pelo qual o Brasil tem de sair para ganhar estabilidade.

Mourão disse que o outro passo para reduzir o desvio fiscal é a venda de estatais: “Vamos privatizar o que tiver que ser privatizado”. Além disso, o governo seguirá sem fazer novas contratações. “Não vamos contratar ninguém até que a gente consiga equilibrar nossas contas”, afirmou.

O vice também incluiu nesta agenda a reforma tributária, com a desoneração da indústria, defendeu a abertura comercial do País e a adoção do voto distrital como forma de baratear as eleições.

“Todos vocês entendem perfeitamente que vivemos uma crise política, econômica e de valores que assaltou a sociedade como um todo. Por que chegamos a essa situação? Temos um sistema político que é difícil de conceber tal a fragmentação partidária”, disse à plateia.

“As eleições se tornaram extremamente caras e aí houve a válvula de escape para um ponto onde a corrupção imperou via caixa dois. Para barrar isso a grande coisa é o voto distrital, que na minha opinião torna a eleição mais barata”, disse Mourão.