O grupo palestino Hamas criticou, nesta segunda-feira (21), a falta de intenção de Israel para aliviar a crise humanitária na Faixa de Gaza, devastada pela recente guerra, denunciou um de seus líderes depois de se reunir com diplomatas das Nações Unidas.

O enviado das Nações Unidas para Oriente Próximo, Tor Wennesland, chegou nesta segunda-feira com sua equipe neste enclave controlado pelo Hamas para se encontrar com seus dirigentes, um mês depois do início do cessar-fogo entre este movimento islamita e Israel.

“O encontro foi ruim, não foi nada positivo”, disse o líder do braço político do Hamas, Yahya Sinwar.

“Eles nos ouviram atentamente, mas não há sinais de que haja intenção de resolver a crise humanitária na Faixa de Gaza”, acrescentou.

A ONU não quis dar declarações após a reunião.

Este pequeno território, lar de dois milhões de palestinos e submetido a um bloqueio israelense desde 2007, ficou devastado pelo último episódio de bombardeios que se prolongou por onze dias.

Israel disse que permitirá iniciar nesta segunda-feira a “exportação limitada” de produtos agrícolas de Gaza, assim como a saída de caminhões com roupas e tecidos.

No entanto, Sinwar denunciou a manutenção do bloqueio de ajuda internacional ou de combustível para a central elétrica e a limitação do movimento dos pescadores no mar Mediterrâneo.

“Está claro que a ocupação (Israel, ndlr) continua praticando sua política contra nós”, disse Sinwar, que anunciou uma reunião do Hamas “nas próximas horas” para decidir seus próximos passos.

“As facções discutirão todos os cenários para responder à política de procrastinação da ocupação que explora a situação econômica em Gaza”, disse uma fonte anônima do Hamas.

O cessar-fogo aplicado em 21 de maio encerrou o conflito mais violento entre Israel e Hamas desde 2014, com 260 vítimas palestinas e 13 israelenses.

Na semana passada, houve violações desta trégua, com lançamentos de balões incendiários de Gaza que foram respondidos com bombardeios da força aérea israelense.

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