Candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não quer criar “marola” na eleição mesmo sabendo, de acordo com ele, que foi usado dinheiro de caixa dois para orientar votos favoráveis a Jair Bolsonaro (PSL) na disputa presidencial. Ele lamentou que a Corte eleitoral não tenha autorizado a realização de busca e apreensão em empresas para identificar o suposto esquema, conforme pedido pelo PT no tribunal.

O petista disse que um empresário teria de ser preso e, assim, todos os outros acabariam sendo “descobertos”. “A Justiça Eleitoral não deveria colocar panos quentes nisso”, disse o candidato petista, em entrevista coletiva em Juazeiro do Norte (CE). “É muito simples de resolver.” O petista apontou que Bolsonaro está usando empresários para bancar a disseminação de mensagens pelas redes sociais.

Mais cedo, o petista declarou que a eventual prisão de um empresário confirmaria o esquema e tiraria Bolsonaro da eleição, com a entrada de Ciro Gomes (PDT) para disputar o segundo turno.

“Chegou agora a dez dias da eleição, não querem criar marola sabendo que foi usado dinheiro de caixa dois para orientar o voto?”, questionou o candidato. O termo ‘marola’ foi usado por integrantes do TSE, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Estratégia

Diante da vantagem de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, Haddad afirmou que há “tempo suficiente para virar a eleição e derrotar o que ele (Bolsonaro) representa.” Em visita ao Estado onde Ciro Gomes (PDT) foi o mais votado no primeiro turno da eleição, o presidenciável fez um aceno ao senador eleito e irmão de Ciro, Cid Gomes, que na última semana fez duras críticas ao PT. “Temos a mesma perspectiva, a mesma visão de futuro, democracia. “Vamos olhar para frente.”

O petista enfatizou ainda que não pretende nomear ninguém do alto escalão do governo Michel Temer, tanto da equipe econômica quanto dos ministérios de outras áreas. Para Haddad, servidores concursados podem ser aproveitados em um novo governo.