O candidato à Presidência da República pelo PT Fernando Haddad defendeu hoje que, para aumentar a produção do agronegócio, o País precisa lidar com o estoque de terras improdutivas, e não desmatar mais. Em uma transmissão pela internet, o presidenciável classificou como “inegável” a importância do setor à economia brasileira, mas reiterou que é “um erro” achar que o agronegócio é incompatível com a agricultura familiar e com a preservação ambiental.

Haddad também criticou a proposta de armar a população do campo para resolver conflitos, capitaneada por seu oponente, Jair Bolsonaro (PSL). “Se você armar os grileiros, vai ter morte no campo”, frisou. “É com regulação da terra que vamos conseguir chegar num patamar de equilíbrio importante de todos esses atores do campo.”

Em resposta a uma pergunta da chef de cozinha e apresentadora Bela Gil, Haddad defendeu ainda a redução da quantidade de agrotóxicos empregada nas lavouras do Brasil. “Estou convencido de que exageramos na dose”, afirmou o presidenciável, complementando que esse excesso traz “prejuízos à saúde pública”.

Em conversa com Bela Gil, o candidato do PT defendeu também que o Brasil deveria liderar uma campanha mundial contra a fome. “Temos tecnologia suficiente para acabar com a fome no mundo”, disse ele. Haddad avaliou que diversas ondas migratórias no mundo não decorrem apenas de conflitos bélicos em determinados países, mas por falta de oportunidades e falta de alimentos.

“O que os Estados Unidos, China e Rússia gastam com armamento… Se destinássemos pequena fração disso a um fundo mundial contra a fome seria uma enorme contribuição”, disse Haddad. “Acabar com a fome é a maior contribuição para uma sociedade livre e fraterna”, acrescentou.

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse, ainda, que as Forças Armadas não são representadas pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, General Mourão. “Esse pessoal desonra as Forças Armadas, elas não são isso aí, é gente que defende suas posições olho no olho. Tenho certeza que nem as Forças Armadas eles representam”, afirmou Haddad.

Conversando com sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB), que estava em Porto Alegre (RS), o candidato reconheceu a importância da instituição para o País, reforçada por Manuela, que destacou a atuação na defesa da soberania nacional. “Vivemos há mais de um século em paz nas fronteiras pelo trabalho das Forças Armadas. Elas também têm o papel estratégico de defender a Amazônia e são muito cautelosas naquela região”, disse a vice de Haddad.

O candidato do PT lembrou, ainda, da tradição do Brasil de não se envolver em conflitos bélicos com outros países. “A única vez em que o País se envolveu foi para derrotar o fascismo e o nazismo”, disse Haddad. “Eles (a chapa de Bolsonaro e Mourão) não representam o melhor da tradição das Forças Armadas”, concluiu.