Segundo o The Washington Post, um grande banco de dados de imagens e informações do US, Customs and Border Protection (CBP, sigla em inglês para o serviço alfandegário dos Estados Unidos), foi roubado por hackers nos últimos dias. Segundo a reportagem, uma dos pivôs da falta de segurança foi a adoção de um novo sistema de reconhecimento biométrico, recém implantado e cujas informações angariadas são salvas nos servidores de uma empresa prestadora de serviços para a alfândega americana, que foi quem sofreu os ataques.

A orgão estatal não revelou o nome da empresa hackeada, mas enviou ao The Post um documento chamado “CBP Perceptics Public Statement” (declaração pública da CBP e Perceptics), o que leva a crer que a prestadora de serviços eletrônicos perceptics foi afetada pelos ataques. A empresa tem mais de uma década de serviços prestados a CBP, e é responsável por desenvolver sistemas de leituras de placas de carro, além de guardar informações alfandegárias.

Até o momento nem o CBP e nem a Perceptics divulgaram detalhes do vazamento nem seu tamanho. Não se sabe se as informações roubadas por hackers foram só imagens do banco de dados da biometria ou informações pessoais dos passageiros. Porém o fato de um órgão estatal utilizar terceiros para guardar dados valiosos – e aparentemente sem a garantia de segurança – levanta questões sobre o uso de sistema de reconhecimentos biométricos, uma discussão muito em voga nos Estados Unidos. A cidade de San Francisco já se posicionou contra as sistemas, e baniu qualquer tipo de reconhecimento facial da cidade, algo que vem sendo discutido no congresso americano e tem apoios de políticos republicanos e democratas.