Preso na semana passada, o hacker responsável pelo vazamento de dados de mais de 223 milhões de brasileiros no começo do ano recebeu pagamentos no exterior. O caso virou notícia no mundo e pode ter se tornado o maior roubo de informações da história do Brasil.

Além dos dados pessoais, Marcos Roberto Correia da Silva, conhecido como Vandathegod, também teria disponibilizado em uma plataforma da Suíça informações sobre o Imposto de Renda dos brasileiros. Segundo a Polícia Federal, informações mais sensíveis que estavam na declaração de imposto das pessoas que tiveram dados vazados era negociada mediante pagamento com criptomoedas.

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Preso sexta-feira (19) na operação Deepwater, Marcos tem 24 anos e é conhecido da política, já que participou do vazamento de dados do Tribunal Superior Eleitoral no primeiro turno das eleições de 2020. Ele cumpria prisão domiciliar pela participação no caso e pode ter atuado em conjunto com outros hackers.

As ordens de busca e apreensão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Órgão máximo do Judiciário, o STF também foi alvo do hacker. Os ministros  do STF tiveram informações vazadas.

“A divulgação de parte dos dados sigilosos foi feita gratuitamente por um usuário do referido fórum que, ao mesmo tempo, expôs à venda o restante das informações sigilosas que poderiam ser adquiridas por meio do pagamento em criptomoedas”, disse a PF em nota.

Marcos teria vazado 223 milhões de CPFs (incluindo de gente que já morreu), 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos. Segundo o jornal Estado de SP., os pacotes de dados incluíam nome completo, CPF, endereço, telefone, e-mail, RG, título de eleitor, escolaridade classe social, estado civil, emprego, imposto de renda, INSS, FGTS, CNS, NIS e PIS.