Gustavo Muller, CEO da Monkey Exchange, marketplace de antecipação de recebíveis, falou sobre o desenvolvimento do mercado secundário de crédito. A empresa fechou contrato com a Petrobras e prepara a expansão na América Latina.

O que faz a Monkey Exchange?
Começamos em 2016 na Wayra, incubadora de startups financiada pela Telefônica/Vivo, como um marketplace de antecipação de recebíveis. Hoje atuamos com controles de processo, leilão reverso e financiamento da cadeia de suprimentos. Contamos com mais de 60 clientes. São corporações como Gerdau, Usiminas e a Petrobras, que acaba de fechar contrato.

Como funciona o sistema de vocês?
Nossos clientes inserem suas contas a pagar na plataforma e os fornecedores que precisam receber adiantado autorizam a divulgação. Os investidores participam de leilões reversos e antecipam o pagamento das faturas. O desconto cobrado dos fornecedores gira em torno de 0.50%, o que é até 70% menor do que as taxas praticadas no mercado.

Quanto vocês movimentam?
Devemos fechar o ano com cerca de R$ 9 bilhões movimentados, considerando todos os financiamentos feitos desde a data de fundação. Nossa expectativa é fechar o ano de 2021 com cerca de R$ 20 bilhões movimentados.

Qual o impacto da Petrobras, que acabou de entrar, no negócio?
A Petrobras tem uma cadeia de fornecedores gigante. A própria petrolífera divulgou que pretende inserir 10 mil fornecedores na plataforma e movimentar cerca de R$ 3 bilhões ao mês.

A Monkey vai se internacionalizar. Quando começa esse processo?
Devemos começar a atuar no Chile no início de fevereiro de 2021. Até o fim do ano que vem estaremos também na Colômbia e no México. Vamos investir de R$ 5 milhões a R$ 7 milhões até junho de 2021, e contratar dez profissionais.

Por que nesses três países?
Nossos clientes têm negócios lá, e são países cujas economias são estáveis. E é uma estratégia de diversificação de mercados. Isso minimiza impactos negativos de crises locais nos resultados da empresa. Acreditamos haver muito espaço para a expansão das fintechs na América Latina.

Há outros países interessantes na região?
O Peru é interessante, mas não temos clientes que operam lá. Argentina e Venezuela, pelo tamanho de ambos, também. Mas esses dois passam por um momento econômico difícil. Por essa razão não vamos montar operação neles.

Quanto esses mercados podem contribuir com o resultado de vocês?
O incremento em nosso resultado deve ficar em torno de 30%.

FINTECHS
Destaque das finanças

Levantamento feito pela consultoria KPMG mostra que as fintechs são as startups que mais se destacam no Brasil. Por esse motivo elas são a maioria das chamadas Emerging Giants, empresas com elevado potencial de negócios e crescimento, representando 27,6% do total de startups com esse perfil. A vice-liderança é das AdTechs (12,4%), seguida por RetailTechs (10,5%), HealthTechs (5,7%), EdTechs (5,7%) e HRTechs (4,8%). No pé da lista estão InsurTechs (1%), GovTechs (1%), ConstruTechs (1%) e AutoTechs (1%). O conteúdo da pesquisa também revelou que a região Sudeste concentra 78,1% das Emerging Giants (70% do total é no estado de São Paulo), seguida das regiões Sul (18,1%), Nordeste (1,9%) e Centro-Oeste (1,9%).

MERCADO
3,2 milhões na B3 em outubro

O dado mais recente divulgado pela B3 mostra que a Bolsa encerrou outubro com 3,2 milhões de investidores ativos no segmento de ações. O número representa um salto de 106,9% frente ao mesmo período no ano anterior. A curva ascendente de novos investidores da Bolsa beneficiou a Rico Investimentos, cujo número de clientes cresceu 250% entre setembro de 2018 e outubro de 2020. Considerando apenas o índice de novos investidores em Bolsa na plataforma, a alta foi de 200%, entre setembro de 2019 e setembro de 2020.

Número da semana
3,28% 

Foi a alta do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) em novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), na sexta-feira (27). O percentual é superior aos 3,23% apurados em outubro. Com esse resultado, o índice acumula alta de 21,97% no ano e de 24,52% em 12 meses. Em novembro de 2019, o IGP-M havia subido 0,30% e acumulava alta de 3,97% em 12 meses. O avanço nos preços de commodities agropecuárias contribuiu para a alta, em especial milho (10,95% para 21,85%), trigo (2,32% para 19,20%) e bovinos (6,92% para 7,40%). O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 4,26% em novembro, ante 4,15% em outubro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,72% em novembro, ante 0,77% em outubro. Quatro das oito classes de despesa desaceleraram. As maiores quedas foram do grupo Educação, Leitura e Recreação (3,10% para 1,44%) e Alimentação (1,90% para 1,61%). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 1,29% em novembro, ante 1,69% no mês anterior.