Qual sua visão para os fundos imobiliários?
Nossa visão é bastante positiva. Os juros subiram durante 2021 e essa alta foi bastante acima das expectativas dos investidores. Isso afetou as cotas dos fundos, e os preços ainda não se recuperaram. Mas devem se recuperar em breve.

O que justifica isso?
Em geral o mercado financeiro tende a antecipar o que vai ocorrer. A trajetória das cotas dos fundos imobiliários e em parte das ações tem sido descendente devido à alta de juros. No entanto, esse movimento do Banco Central (BC) tem hora para acabar. E provavelmente tanto as cotas dos fundos imobiliários quanto as cotações das ações não vão esperar esse momento para iniciar um movimento de recuperação dos preços.

Que fundos são mais interessantes?
Há pontos positivos tanto nos chamados fundos de papéis, que investem em títulos financeiros lastreados por imóveis, quanto nos fundos de tijolos, que compram ativos diretamente. Os fundos de tijolos estão muito descontados. Se formos olhar apenas as cotas, os imóveis nas carteiras dos fundos estão avaliados por menos que seu valor patrimonial.

E no caso dos fundos de papel?
Mesmo com a taxa de juros subindo, a remuneração desses fundos para o investidor, o chamado dividend yield, está bastante elevada.

Como estão as perspectivas para esse mercado?
Houve um grande aumento no número de investidores em 2020 e também em 2021. Agora, até pelo tamanho desse mercado, esse ritmo está se desacelerando. Mesmo assim, ainda há muito espaço para atrair novos recursos. Esse mercado está no começo no Brasil. Só agora os investidores estão percebendo que esses fundos são um bom instrumento para estar exposto a ativos imobiliários reduzindo o risco de inadimplência e o de vacância, e tendo isenção fiscal.

Qual a estratégia da sua gestora?
Somadas, as experiências dos nossos sócios nos mercados financeiro e imobiliário chegam a cinco décadas. Nosso produto mais importante é um fundo de logística, que lançamos em 2020. No fim do ano passado criamos um fundo dedicado a investimentos em títulos lastreados por ativos imobiliários.

NOTAS
FII da gestora goiana Blue estreia na b3

A gestora independente de recursos Blue Asset lançou um fundo imobiliário na quarta-feira (23). Administrado pelo Banco Daycoval, o fundo da empresa goiana comprará ativos financeiros de base imobiliária, em especial Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). A taxa de administração a ser cobrada pela Blue Asset é de 0,15% ao ano e o código de negociação na B3 é o BLUR11. Será o segundo fundo lançado pela empresa.

Hashdex lança ETF de contratos inteligenteseligentes

A gestora de criptoativos Hashdex vai lançar na B3 mais um Exchange Traded Fund (ETF). Desta vez, o fundo, que será negociado com o código WEB311, será dedicado a contratos inteligentes (smart contracts). Sua carteira vai espelhar o índice CF Web 3.0 Smart Contract Platforms Market Cap, da própria Hashdex, e será o quinto ETF de criptoativos a ser lançado. A maior parte dos recursos está em três moedas: Ethereum (22,5%), Cardano (22,5%) e Solana (22,1%).

XP e Schroders focam em imóveis globais

A XP Asset e a gestora inglesa Schroders lançaram na quinta-feira (24) um fundo de ações de empresas que investem em centros de dados, galpões logísticos e casas pré-fabricadas e outros ativos imobiliários nas cidades mais valorizadas de Estados Unidos, Austrália, Japão e Reino Unido. O fundo será voltado a investidores qualificados, terá aplicação inicial mínima de R$ 500 e cobrará uma taxa de administração de 1% ao ano.

EM ALTA
48,2 pontos 

Foi o índice de atividade da indústria da construção civil em fevereiro, acima dos 47,4 pontos de janeiro, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O número permaneceu abaixo dos 50 pontos, o que indica queda do nível de atividade. Segundo a CNI, a retração é normal para o período. Mesmo assim, o desempenho de fevereiro foi o melhor para o mês nos últimos dez anos. Em fevereiro de 2012, eram 49,4 pontos. Foram entrevistadas 395 empresas entre 3 e 11 de março.

EM BAIXA
1,3% 

Foi a queda da confiança dos comerciantes brasileiros em março, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Assim, se mantém a tendência de baixa já apresentada em fevereiro, quando o índice caiu 1,2%. No primeiro trimestre, o indicador acumula queda de 1,12%. Para a CNC, os empresários já se preocupam com os efeitos do aumento da inflação e da guerra na Europa, que vem elevando os preços internacionais.