Por que lançar fundos para o varejo?
Fundamos nossa gestora em 2010, para participar do leilão que se seguiu à liquidação do banco de investimentos Lehman Brothers no Brasil. Desde então, nos especializamos em gerir produtos sofisticados. Temos R$ 8 bilhões em ativos sob administração. São fundos de dívidas em atraso, conhecidas como “distressed debt” e produtos imobiliários sem liquidez. Essas estratégias oferecem bons retornos de até 25% ao ano, mas são de longo prazo e para investidores considerados profissionais pela CVM, que têm pelo menos R$ 10 milhões para investir. Com a sofisticação do mercado e a revisão dessa classificação pela CVM, percebemos que havia demanda para produtos semelhantes, mas adaptados ao investidor de varejo.

Quais foram as alterações dos produtos?
Estamos lançando fundos com produtos menos estruturados, que permitem mais liquidez e oferecem menos riscos aos investidores. Os retornos deverão ser menores do que os daqueles que já administramos faz tempo, mas devem superar as rentabilidades de aplicações convencionais, como renda fixa e Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos de varejo, além de render mais que a maioria dos fundos multimercado.

Como serão esses fundos?
Pretendemos lançar dois fundos ainda neste ano. Um deles estará concentrado em crédito para empresas problemáticas, mas menos arriscadas do que os fundos originais. Nos fundos atuais nós investimos em créditos de empresas que estão no princípio de processos de recuperação judicial, quando a incerteza é grande. Nos novos fundos, vamos investir em empresas que superaram ou estão prestes a superar as recuperações judiciais e já estão na fase de pagamentos. Dependendo da regulamentação, o fundo poderá investir também em precatórios federais de pequeno valor e pagamento previsto para prazos mais curtos. A meta de rentabilidade desse fundo será de 12% a 15% ao ano.

E o outro?
Será um fundo imobiliário, também com um perfil menos arriscado que o original. Nos produtos que já temos em casa, investimos em créditos e em dívidas de empresas imobiliárias com problemas. No novo fundo, vamos investir em créditos de empresas que apresentaram alguns solavancos, mas que não chegaram a interromper operações. Por exemplo, incorporadoras de pequeno porte que estão com problemas de liquidez pela demora em vender lançamentos. Nesse caso, a meta de rentabilidade será de
10% a 12% ao ano.

FIDCS LIDERAM CAPTAÇÃO NO INÍCIO DE AGOSTO

Os fundos de investimento tiveram captação líquida positiva de R$ 2,6 bilhões entre 2 e 6 de agosto, segundo a Anbima, associação que representa o setor. Esse número é a diferença entre os R$ 178,7 bilhões de aportes e R$ 176 bilhões de retiradas no período. Segundo a Associação, o maior saldo positivo foi registrado nos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), com captação líquida de R$ 4 bilhões. Em seguida vieram os fundos multimercados com R$ 1,7 bilhão. Já os fundos de renda fixa tiveram resgates neste começo de mês, com uma captação negativa em R$ 2,4 bilhões. Também fecharam no vermelho os fundos de ações, com saques de R$ 702,3 milhões e os fundos de previdência, com resgates de R$ 492,9 milhões.

PREVIDÊNCIA PRIVADA APOSTA NAS ESTRATÉGIAS QUANTITATIVAS

A mudança na regulamentação nos fundos de previdência privada ampliou as estratégias permitidas. Os gestores desses produtos passaram a poder investir 100% do capital em ações e a usar derivativos e algoritmos de investimento. É o caso dos fundos quantitativos, que utilizam regras de probabilidade matemáticas para indicar o momento de compra ou venda de determinado ativo. Desde janeiro de 2020, a seguradora Zurich, em parceria com a gestora de recursos independente Kadima, está oferecendo fundos com essa característica visando clientes de previdência privada. Segundo o superintendente de Investimentos da Zurich, Daniel Ferrara, o fato de esses fundos investirem em ativos de maturação mais lenta facilita a implantação dessas estratégias.

EM ALTA
1,45% 

Foi a alta do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em julho, bem acima do índice de junho (0,11%). O motivo foi a alta das commodities, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice acumula alta de 15,91% no ano e de 33,35% em 12 meses. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,65% em julho, após queda de 0,26% em junho. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,92% em julho, contra 0,64% em junho. E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,85% em julho, ante 2,16% no mês anterior.

EM BAIXA
2,07%

Foi a queda dos contratos futuros do ouro na segunda feira (9) na Bolsa de Mercadorias de Nova York. O metal atingiu seu menor nível desde março, cotado a US$ 1.726,50 por onça troy, pressionado pelos temores de desaceleração econômica chinesa. No último final de semana, a China anunciou que o índice de preços ao consumidor subiu 1% em julho na comparação com igual período do ano anterior, desacelerando ante o 1,1% de junho. No entanto, o número ficou um pouco acima da expectativa que estimava alta de 0,8%.