Da resistência em Kiev até a contraofensiva em Kherson, passando pelo sítio a Mariupol, seguem os principais acontecimentos desde a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

– Início da invasão –

Ao amanhecer de 24 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, anuncia uma “operação militar” na Ucrânia para defender as “repúblicas” separatistas do leste do país, cuja independência havia reconhecido três dias antes.

Putin exige que a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, seja reconhecida pela Ucrânia como território russo. Também reivindica a “desnazificação” do governo ucraniano, que a Ucrânia tenha um “status neutro” e garantias de que nunca entrará na Otan.

A ofensiva provoca indignação internacional e a União Europeia (UE) informa que financiará a compra e a entrega de armas à Ucrânia. Os Estados Unidos anunciam 2,3 bilhões de dólares em ajuda militar.

O Ocidente começa a aplicar sanções econômicas cada vez mais duras contra a Rússia.

– Kherson cai –

Em 28 de fevereiro são celebradas as primeiras negociações entre Rússia e Ucrânia.

Mas em 3 de março, os russos se apoderam de uma grande cidade, Kherson (sul), em uma região-chave para a agricultura ucraniana e estratégica porque faz fronteira com a Crimeia.

– Candidatura à UE –

Em 23 de junho, líderes dos 27 países da UE anunciam que darão à Ucrânia o status de candidata ao bloco.

– Resistência em Kiev e horror em Bucha –

O exército russo tenta cercar Kiev, a capital, mas enfrenta uma resistência feroz.

Em 2 de abril, a Ucrânia anuncia que retomou o controle da região. Moscou concentra, a partir de então, sua ofensiva no sul e na bacia do Donbass, sob controle parcial dos separatistas pró-russos desde 2014.

Após a saída dos russos, são descobertas dezenas de cadáveres de civis em Bucha e outras localidades próximas a Kiev. O Tribunal Penal Internacional (TPI) abre uma investigação.

– Mariupol sitiada –

Desde o início da ofensiva, o exército russo sitia Mariupol (sudeste). A queda deste porto às margens do mar de Azov permitiria a conexão da Crimeia com as áreas separatistas do Donbass.

Dezenas de milhares de pessoas continuam bloqueadas na cidade, onde as forças russas bombardeiam um teatro e uma maternidade.

Cerca de 2.500 combatentes ucranianos, entrincheirados na siderúrgica Azovstal juntamente com mil civis, continuam resistindo até meados de maio.

Em 20 de maio, a Rússia anuncia que tomou a siderúrgica. Segundo Kiev, 90% de Mariupol está destruída e pelo menos 20.000 pessoas morreram no sítio. A UE denuncia “um grande crime de guerra”.

– Bloqueio de cereais –

Em 30 de março, os Estados Unidos acusam a Rússia na ONU de provocar uma “crise alimentar mundial”.

Cerca de 20 milhões de toneladas de grãos estão bloqueados em portos da região de Odessa pela presença de navios de guerra russos e minas colocadas por Kiev para defender sua costa.

Em 22 de julho, os dois países selam um acordo para retomar a exportação de cereais, sob os auspícios da ONU e com a mediação da Turquia. Um primeiro navio graneleiro com 26.000 toneladas de milho zarpa de Odessa no começo de agosto.

– Energia como “arma” –

Os países ocidentais acusam a Rússia de usar o abastecimento de energia como “arma” em resposta às sanções. As exportações de gás russo para a Europa diminuem.

Em 3 de junho, a UE aprova um sexto pacote de sanções contra Moscou, que incluem um embargo progressivo ao petróleo.

– Queda de Lugansk –

Em 3 de julho, as forças russas anunciam que assumiram o controle total da província de Lugansk (no Donbass), após conquistar as cidades de Severodonetsk e Lysychansk.

O próximo objetivo de Moscou é Donetsk, para dominar a totalidade da bacia mineira.

– Contraofensiva no sul –

Em julho, as tropas ucranianas lançam uma contraofensiva no sul e recuperam dezenas de povoados.

Os Estados Unidos e a UE aceleram o envio de armamento pesado para a Ucrânia.

Em agosto, explosões de origem desconhecida danificam uma base aérea e um depósito de armas russas na Crimeia.

– Ameaça nuclear –

A partir do começo de agosto, as duas partes em conflito se acusam mutuamente de bombardear a usina nuclear de Zaporizhzhia (sul), a maior da Europa, ocupada pelos russos desde março.

A Ucrânia assegura que a Rússia armazena armas pesadas na usina e que dali bombardeia posições ucranianas, o que Moscou nega.

Em 18 de agosto, Zelensky insta a ONU a “garantir a segurança” da usina.

No mesmo dia, em Lviv (oeste), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirma que seu país está “do lado de [seus] amigos ucranianos”.

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