O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que quem não entende a necessidade da reforma da Previdência precisa “ser internado”. “Quem acha que reforma da Previdência não é necessária é caso de internamento”, afirmou.

A frase do ministro em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados causou forte reação e desencadeou um dos momentos mais tensos do encontro, com parlamentares da oposição pedindo respeito. O líder do PSL, major Vitor Hugo (GO), bateu boca com colegas da oposição.

Guedes tentou contornar a confusão. “Não estou dizendo que tem que internar quem não aprovar esta reforma. Tem que internar quem não entender que precisa de reforma. Jamais diria que tem que internar alguém que discorda de mim, usei uma forma de expressão porque existe um déficit, mas pode ser uma solução diferente da minha.”

A emenda não foi suficiente para acalmar a oposição, que pediu que Guedes retirasse o que disse. “Não preciso retirar nada”, rebateu.

Após o bate-boca, Guedes disse que está bastante otimista, ao contrário do que os deputados podem pensar. “Sei que vocês [deputados] sabem que é necessária uma reforma. Vocês acham que estaria seguro se só o presidente me apoiasse e Congresso fosse contra?”, questionou.

Guedes disse não ter arrogância de achar que sabe tudo e pediu “uma folguinha” à oposição. “Não estou achando que vai sair alguém do quartel para fazer isso ou aquilo. Peço que não desacreditem em nós mesmos, tem três meses que aconteceu a eleição”, completou. “Quando dizem, com três meses de eleição, que teve golpe, quer dizer que isso aqui não vale nada, é uma representação?”