Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) -O ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou nesta quinta-feira que Onyx Lorenzoni manterá a direção das políticas trabalhistas da equipe econômica ao assumir o comando do Ministério do Trabalho e Previdência, frisando que programas em gestação pela equipe que até então estavam sob sua alçada serão anunciados em breve pelo novo ministro.

Segundo Guedes, Onyx lançará a iniciativa que prevê o pagamento de meio salário mínimo a jovens de 16 a 26 anos para que recebam treinamento profissional no ambiente de trabalho em jornada de quatro horas diárias, com custos divididos entre governo, Sistema S e empresas.

Onyx lançará ainda um programa de serviço social voluntário, neste caso um projeto idealizado pelo novo ministro, também voltado à absorção de jovens ao mercado de trabalho, disse Guedes.

“O ministério seguramente vai seguir, com o ministro Onyx à frente e com o nosso secretário especial Bruno Bianco, na mesma direção, totalmente alinhado às nossas políticas”, disse Guedes ao participar do último anúncio dos dados mensais do Caged com a secretaria responsável pelo cadastro de emprego formal ainda sob a estrutura do Ministério da Economia

O secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, afirmou que a ideia é que o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP), equivalente a 1/4 do salário mínimo, seja pago este ano ainda com recursos orçamentários e, a partir de 2022, seja assumido pelo Sistema S, que congrega entidades como Senai, Sesi e Senac.

O pagamento aos jovens seria complementando pela Bolsa de Incentivo à Qualificação (BIQ), a ser custeada pelas empresas. O governo espera treinar 2 milhões de pessoas com o novo programa.

O secretário Bruno Bianco –que deverá ser mantido no novo ministério como secretário-executivo–, afirmou que o governo está em negociação com as entidades do sistema S para chegar a um entendimento em torno do programa. Ele ressaltou que o sistema S tem tradição em formação de capital humano e que o governo tem elogios e também críticas ao sistema.

“O governo federal entende que façamos um acordo, que isso seja feito em conjunto, de mãos dadas com o sistema, mas, obviamente, eu preciso ser franco, o governo entende que isso faz parte da missão institucional do sistema S”, afirmou Bianco.

A criação do BIQ foi incorporada na Câmara dos Deputados ao parecer de uma medida provisória que renovou o programa BEM, de apoio ao emprego. Bianco afirmou que o governo tem expectativas “muito positivas” de que o texto do relator da MP, deputado Christino Áureo (PP-RJ), avance no Congresso nas próximas semanas, permitindo o lançamento do novo bônus.

“Obviamente é um tempo regimental e congressual em relação ao qual não temos governança e obviamente não lançaremos uma medida provisória enquanto tramita essa MP que já está lá com os temas”, disse o secretário.

(Por Isabel Versiani; edição de Camila Moreira e Maria Pia Palermo)

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