O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 18, à jornalistas que, do ponto de vista econômico, é “evidente” que a vacinação é um investimento que tem que ser feito pelo governo. “O auxílio custa R$ 55 bilhões por mês, a vacinação de toda a população, R$ 20 bilhões, menos da metade”, comparou. Guedes afirmou que tem ajudado todos os ministros da saúde, “o primeiro, o segundo, o terceiro”.

Enquanto 14 ministros e o próprio presidente Jair Bolsonaro foram contaminados pelo coronavírus, Guedes ressaltou que até agora conseguiu não ser atingido, mas que tem que adotar cuidados. “Trabalhei esse tempo todo no meio de uma porção de gente que pegou”, lembrou. “Tenho 71 anos, tenho que me cuidar. Tenho amigos e parentes atingidos, tenho enorme sensibilidade.”

Guedes comparou a privacidade em relação à vacinação com o sigilo do voto. “Eu como cidadão tenho direito à privacidade sobre se vou tomar e qual vacina tomarei. É como o voto, por exemplo. Perguntam se eu votei, em quem eu votei. Vai que meu candidato está criticando o governo? Tenho direito à privacidade”, completou.

Em entrevista coletiva, Guedes alegou que há “sociedades mais avançadas” e que “se duas sociedades avançadas estão tomando determinada vacina”, isso seria interessante. “Se há uma vacina aí, com duas sociedades extraordinariamente avançadas e civilizadas vacinando, vou olhar e falar “quero essa aí, rápido”. Já estou exposto esse tempo todo. Já falei até mais do que devia, tinha direito à privacidade”, afirmou.

Atualmente, os Estados Unidos e o Reino Unido já começaram a vacinar suas populações com o imunizante produzido pelo laboratório Pfizer.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro declarou que não tomará a vacina contra o coronavírus. “Eu não vou tomar a vacina. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final”, afirmou Bolsonaro, no programa do apresentador José Luiz Datena, da TV Band.

Já Guedes disse que, como qualquer brasileiro, tem o direito de escolher se vai se vacinar, mas que, como ministro, defende a vacinação voluntária e gratuita. “Se alguém não quiser tomar, tem que ter direito. Mas também não pode ir ao cinema”, afirmou. “Gostei da ideia de ter um passaporte de imunização, que poderia ser pedido na entrada do shopping, por exemplo.”