O grupo francês Vinci Airports inaugurou, nesta quarta-feira (11), em Salvador, um aeroporto ampliado e modernizado, após reformas de cerca de 160 milhões de euros.

Vinci Airports, que obteve em 2018 a concessão por 30 anos do nono maior aeroporto brasileiro, espera desenvolver o potencial desta plataforma até então vista como de baixa performance.

Agora, segundo o grupo, a capacidade de Salvador passará de oito para 15 milhões de passageiros por ano.

O aeroporto passou por uma significativa renovação durante 18 meses, que incluiu a reforma da pista principal, um novo píer com seis pontes de embarque, nova infraestrutura comercial e um novo sistema de manuseio de bagagem e inspeção de segurança.

O aeroporto internacional Luís Eduardo Magalhães funcionará com base no crescimento sustentável, contando com um sistema de água de reuso, um centro de coleta seletiva de lixo, iluminação de LED e painéis fotovoltaicos.

Ao contrário do que foi anunciado, o presidente Jair Bolsonaro não compareceu ao evento por questões de saúde. Foi representado pelo ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ao lado do presidente da Vinci Airports, Nicolas Notebaert.

“O Brasil conseguiu, há cerca de 15 anos, oferecer uma forma de estabilidade no regime de concessões”, disse Notebaert à imprensa, evocando “a continuidade total da política de concessões, qualquer que seja o governo”.

Questionado sobre as próximas rodadas de leilões no Brasil até 2022, com cerca de 40 aeroportos para investimentos de até 2,2 bilhões de euros – entre eles Santos Dumont, no Rio, e Congonhas, em São Paulo -, Notebaert não descartou nada.

“Em princípio, olhamos tudo. Vamos olhar atentamente quais serão as restrições. Isso vai depender do âmbito de cada licitação”, afirmou.

Para o diretor da consultoria na área de aviação ICF, Carlos Ozores, a Vinci “entrou em um bom momento” no Brasil.

“Nas primeiras ondas de privatizações, os preços a pagar eram muito mais altos, o real estava forte. A situação hoje é mais razoável, o mercado mostra sinais positivos de crescimento”, disse ele à AFP.

“Os aeroportos operados pela Infraero estavam realmente subexplorados. Poderão promover a identidade de Salvador, vender Salvador, o que não existia antes”, completou.

Ao ser perguntado sobre os riscos sociais e políticos para o transporte aéreo em um continente bastante agitado nos dias atuais – do Chile à Bolívia, passando pela Colômbia -, Ozores lembra que “as concessões têm um prazo muito longo, 30 anos”.

“E, em 30 anos, é claro que haverá turbulências em uma região como a América Latina. O que vai acontecer nos próximos dois, ou três, anos, não conta. O Brasil é um mercado que tem muito potencial”, ressaltou.

A Vinci Airports é o segundo operador aeroportuário do mundo.