Pouco menos de uma hora após a derrubada de uma rede de amplificação falsa de engajamento no Facebook, os administradores do grupo PCSD criaram um novo grupo e novos perfis pessoais na plataforma. A estratégia foi definida como um “recomeço” por uma usuária que se apresenta como Isabela Guimarães.

“Vamos reerguer nosso império com a mesma velocidade que nos foi tirado”, escreveu ela em uma postagem às 9h21 desta quarta-feira, 15.

Na manhã desta quarta-feira, 15, a rede social retirou do ar 72 grupos, 50 contas e cinco páginas após uma investigação que revelou um mercado de compra e venda de páginas, curtidas, compartilhamentos e comentários.

Segundo relatório do Digital Forensic Research Lab (DFRLab) ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, a rede de amplificação falsa se envolveu na promoção de conteúdo político nas eleições do México – o que deixou a empresa em alerta para possíveis interferências no pleito brasileiro.

Em pouco menos de cinco horas, o grupo de “recomeço” do PCSD já contava com 1.249 integrantes. Um dos moderadores da comunidade se identifica como Leite Pags – e usa a mesma foto de um dos perfis excluídos nesta quarta pelo Facebook, Anderson Leite.

Ele era dono das páginas “Ri Muito”, com 6 milhões de curtidas, “Palavra, Pensamento e Atitude”, com 1,2 milhão, “Frases e Indiretas”, com 1 milhão, e “Palavra Pensamento e Atitude”, com 1,2 milhão.

O grupo criado pela manhã também tem como administrador o perfil Jhonatan Yaser, mesmo nome dado a uma das contas excluídas pelo Facebook. À reportagem, o usuário negou ter ganhado dinheiro com venda de engajamento e disse que a empresa está equivocada. “Deveriam melhorar a análise deles.”

Reproduções de postagens mostram como usuários publicavam até fotos de extratos bancários para provar que haviam realizado vendas e mostrar o quanto haviam recebido. Em uma delas, um usuário identificado como Luã Santos afirma ter comprado três páginas com 220 mil, 267 mil e 222 mil likes por R$ 1.350.