O grupo chinês Fosun, que já adquiriu a gestora Rio Bravo e está concluindo a compra da Guide Investimentos, vê espaço para crescer mais no Brasil e está continuamente olhando oportunidades de novas aquisições. A declaração foi dada pelo representante da empresa no País, o português Diogo Castro e Silva, a jornalistas após fazer apresentação em evento do Credit Suisse, em São Paulo, nesta terça-feira, 30.

“Em todas as verticais estamos olhando muitas coisas”, disse o gestor, sem citar nomes específicos. Em dois anos, o grupo chinês investiu ao redor de R$ 500 milhões no Brasil, disse ele. Um dos principais focos do grupo é produtos e serviços voltados para a classe média. “Obviamente que tem espaço para crescer mais”, afirmou ele.

Sobre a Guide, o executivo disse que o negócio ainda não está concluído e o objetivo é que isso ocorra “muito em breve”. A operação foi anunciada em setembro do ano passado, pouco mais de um ano depois de o grupo chinês comprar 50% da Rio Bravo, que tem como um dos fundadores o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco.

Segundo Castro e Silva, a Fosun busca no Brasil ter sócios e executivos locais, principalmente nessa fase de aprendizado da companhia no mercado doméstico.

A ideia, segundo o executivo, é construir um conglomerado financeiro no País. “Isso não só nos servirá como base, mas nos serve para olhar a economia como um todo. Essa é a lógica de começar pelo setor financeiro, não só como uma plataforma”, disse durante sua apresentação.

Eleições

As eleições deverão trazer volatilidade ao mercado doméstico, sobretudo para o investidor financeiro de curto prazo, observou o gestor, ressaltando que o processo eleitoral não deve ser relevante para quem está investindo no longo prazo no País. “No Brasil existe um poder compartilhado com o Congresso. Assim, é difícil o Brasil virar uma Venezuela. Não acredito que vai mudar muita coisa”, afirmou Castro e Silva.

O grupo Fosun foi fundado na China em 1992 e tem ativos de US$ 72 bilhões. Na carteira do grupo estão, entre outras companhias, a rede de hotéis de luxo Club Med, o Banco Comercial Português, o China Minsheng Bank e o Cirque du Soleil. Entre as áreas de interesse da instituição estão seguros, turismo, gestão de recursos, imóveis, agricultura e saúde.