Por Tom Polansek e Sybille de La Hamaide

CHICAGO/PARIS (Reuters) – Surtos de gripe aviária nos Estados Unidos e na França estão reduzindo a oferta global de ovos e elevando os preços do alimento básico à medida que a guerra na Ucrânia interrompe os embarques para Europa e Oriente Médio.

Os preços mais altos são particularmente dolorosos para os consumidores que dependem dos ovos como fonte de proteína de baixo custo e substituto da carne mais cara.

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A demanda aumenta nos feriados da Páscoa nos Estados Unidos e na Europa, à medida que as famílias usam ovos para assar e pintar em preparação para o evento cristão.

A gripe aviária matou mais de 19 milhões de galinhas poedeiras em fazendas comerciais dos EUA este ano, no pior surto desde 2015, eliminando cerca de 6% das criações do país, segundo cálculos da Reuters a partir de dados de governos.

Enquanto isso, a França está sofrendo seu pior surto de todos os tempos, no qual cerca de 8% das galinhas poedeiras foram abatidas.

O vírus mortal e a guerra são os desafios mais recentes para os fornecedores de ovos que também enfrentam escassez de mão de obra e altos custos de energia e grãos usados para ração animal.

Os preços mais altos dos ovos prejudicam os lucros de padarias e empresas de alimentos que lidam com o aumento dos custos de farinha e outros produtos.

Os preços no atacado de ovos grandes no Meio-Oeste dos EUA chegaram a 3 dólares por dúzia em março e atingiram o segundo nível mais alto de todos os tempos, quase 200% acima do ano anterior no mercado à vista, disse a empresa de dados Urner Barry.

Os preços mundiais dos alimentos saltaram quase 13% em março para um novo recorde, com a guerra na Ucrânia, um grande exportador de trigo e milho, elevando os preços dos grãos, disse a agência de alimentos da ONU.

A eclosão da guerra, não apenas da doença, está interrompendo as cadeias de suprimentos para os compradores do Oriente Médio.

A Ucrânia tem sido nos últimos anos o principal fornecedor de ovos da UE, respondendo por cerca de metade das importações, à frente dos Estados Unidos.

(Reportagem adicional de Lisa Barrington e Alexander Cornwell em Dubai)

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