A escalada da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos impactou na desestabilização de diversas pontes do comércio mundial. Entre eles, o Grindr, o maior aplicativo de relacionamento para o público LGBT+. O controle do app pela chinesa Beijing Kunlun Tech já não era bem vista pelas autoridades norte-americanas, e com o aumento da tensão entre as potências, o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS, na sigla em inglês), forçou a venda com base em leis de proteção da segurança nacional.

Segundo a Kunlun, a agência que fiscaliza a compra de empresas norte-americanas no exterior deu prazo de 30 de junho de 2020 para a chinesa se afastar do Grindr. De acordo com a CNN, o governo dos EUA está preocupado com o volume de informações confidenciais estocados no servidor do aplicativo, desde fotos dos usuários a mensagens e dados pessoais.

A preocupação vem de uma escalada de ataques em agências públicas do país, que acusa a China de estar montando um gigantesco banco de dados de cidadãos norte-americanos. As empresas chinesas têm um histórico de compartilhamento de dados com seu governo e, em geral, são legalmente obrigadas a ceder esse tipo de informação.

O Grindr é mais um dos alvos chineses na mira das autoridades norte-americanas sob pretexto de garantir a segurança nacional. Desde a prisão da filha do fundador da Huawei no ano passado, Washington está em guerra com a empresa do país asiático a acusando de espionar para o governo.