Num primeiro balanço dos protestos realizados nesta sexta-feira, 28, em vários Estados do País, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, considerou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que a greve geral não obteve o sucesso almejado pelas centrais sindicais, responsáveis pela organização da paralisação.

“A necessidade de piquetes e bloqueios é a demonstração de que a greve não está tendo sucesso. Ninguém viu notícia de que tenha havido assembleia de sindicato aprovando que se fizesse greve. Logo, é uma greve das centrais insatisfeitas com as restrições colocadas ao imposto deles”, considerou Serraglio.

Segundo o ministro da Justiça, o monitoramento do governo realizado até o momento indicam que as manifestações “estão sob controle”.

“Pelo contato que tive com as autoridades policiais está mais ou menos tudo sob controle. Na medida em que vão surgindo piquetes ou bloqueios, o pessoal está liberando”, ressaltou Serraglio.

A referência às restrições ao imposto das centrais, feita pelo ministro, se trata da votação da reforma Trabalhista aprovada nesta quarta-feira, 26, pela Câmara dos Deputados. Entre as medidas previstas no texto, que precisará ser votado no Senado, está a extinção do imposto sindical.

Durante as discussões entre os deputados, o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SD), chegou a apresentar uma emenda que previa que ao invés da extinção, a contribuição sindical obrigatória ficasse em torno de 35% de um dia de trabalho. A iniciativa foi, contudo, rejeitada pela maioria dos deputados.

O ministro da Justiça participa de um evento no Paraná e deve retornar a Brasília no meio da tarde. Segundo Serraglio, até o momento o Palácio do Planalto entrou em contato com ele para ter informações sobre o andamento dos protestos. “Ainda não tive contado com o presidente Michel Temer”, disse o ministro.