O Greenpeace trouxe ao Brasil seu maior navio, o Esperanza. A embarcação atracou no porto de Santana, no Amapá, na terça-feira 24, e seguirá em direção à Foz do Rio Amazonas. Seu objetivo: fazer as primeiras imagens dos chamados corais ocultos da Amazônia.

Em abril do ano passado, um grupo de cientistas de 11 instituições, sob a liderança da Universidade Federal do Rio de Janeiro, descobriu um sistema de recifes formado por corais, esponjas e algas calcárias que se estende por 9,5 mil quilômetros, do Maranhão até a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa.

DIN1003-SUSTENTA2Mas o que a ONG quer, na verdade, é pressionar o governo brasileiro a desistir de autorizar duas petroleiras, a francesa Total e a britânica BP, a explorarem petróleo na região, o que colocaria em risco os corais. A bacia da foz do Rio Amazonas é considerada a próxima fronteira da exploração petrolífera nos mares brasileiros.

“Queremos defender os corais da Amazônia e toda a região da foz do Amazonas da ganância corporativa, que coloca o lucro na frente do meio ambiente”, diz Thiago Almeida, integrante da Campanha de Energia do Greenpeace. O Esperanza traz, além da equipe, um submarino para captar ajudar a captar as imagens. A exploração de petróleo também prejudica a vida marinha da região, que conta com espécies ameaçadas de extinção, como o peixe-boi-marinho, o tracajá e a ariranha.

 

(Nota publicada na Edição 1003 da Revista Dinheiro)