Um dos maiores terremotos já registrados nos Estados Unidos aconteceu em 1958 no Alasca. O terremoto teve uma magnitude de 7,8 e desencadeou um enorme deslizamento de rochas no sudeste do Alasca, criando um tsunami que atingiu 518 metros de altura na encosta de uma montanha antes de ir para o mar. Pesquisadores do Instituto Geofísico Fairbanks da Universidade do Alasca publicaram um artigo recentemente ligando a perda generalizada de gelo da geleira com o terremoto.

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Os cientistas dizem que a perda de gelo perto do Parque Nacional Glacier Bank influenciou o momento e a localização dos terremotos com uma magnitude de 5 a mais na área durante o século passado. Os pesquisadores sabem que o derretimento das geleiras causa terremotos em outras regiões tectonicamente estáveis, incluindo o Canadá e a Escandinávia. Essa atividade foi mais difícil de detectar no Alasca, pois os terremotos são mais comuns na parte sul do estado.

O Alasca abriga algumas das maiores geleiras do mundo inteiro, com gelo de milhares de metros de espessura em algumas áreas cobrindo centenas de quilômetros quadrados. O enorme peso do gelo força a terra abaixo dele e, quando a geleira derrete, o solo pode voltar a se levantar como uma esponja. Isso é conhecido como “efeito elástico”, fazendo com que a terra volte a se levantar depois que uma massa de gelo é removida.

Os pesquisadores relacionaram o movimento de expansão do manto com grandes terremotos no sudeste do Alasca, onde as geleiras estão derretendo há mais de 200 anos. O sul do Alasca fica na fronteira entre a placa tectônica norte-americana e a placa do Pacífico, que se fragmentam a cerca de cinco centímetros por ano, o que é duas vezes mais rápido que a famosa falha de San Andreas, na Califórnia.