Grupo Gran Coffee se posiciona na ponta do mercado de máquinas de cafés e bebidas quentes no País — posição em que a Italian Coffee do Brasil também disputa. São 30 mil equipamentos instalados em 10 mil empresas de diferentes tamanhos, o que representa atender cerca de 70 das maiores companhias do mercado. Agora, imagine esse cenário no primeiro ano da pandemia da Covid-19. Até o plano de expansão da empresa, que vinha em ritmo acelerado, foi interrompido.

Em 2015, melhor momento da companhia até então, já era real a possibilidade de liderar o segmento. “Disputávamos cabeça a cabeça com as três principais concorrentes. Foi então que saímos à procura de um sócio”, disse o diretor da Gran Coffee, Gustavo Gama. Encontraram o Pátria Investimentos, que buscava negócios no segmento de café e comprou 50% da companhia. Em 2018, o Pátria assumiu outros 25%, por meio da Café do Brasil, também sob seu controle.

CAFÉ PREMIUM A Gran Coffee investiu cerca de R$ 6 milhões em todo o projeto da nova linha de cafés especiais, realizado em parceria com a empresa suíça Delica. (Crédito:Divulgação)

Esse fortalecimento permitiu 16 novas aquisições entre 2016 e fevereiro de 2020, quando aconteceu a última delas. Segundo Gama, como o setor corporativo representa a maior parte do faturamento, o fechamento dos escritórios por causa da Covid se tornou o maior desafio da história da empresa.

RETOMADA Seguindo o mantra dos negócios durante a pandemia, a empresa precisou se reinventar. E isso significava que se as pessoas não podiam tomar café no local de trabalho, era hora de levar o café até elas, valorizando as marcas conquistadas no processo de expansão: Café do Centro, Astro Café e Spress Café. O primeiro passo foi rapidamente desenvolver um e-commerce, que recebeu investimento de R$ 3 milhões. A resposta positiva do on-line incentivou o avanço em outras direções, como o varejo, o food service (são mais de 3 mil máquinas de café em todo o País) e o segmento de vending public, com máquinas de alimentos e bebidas distribuídas em postos de combustíveis, aeroportos e estações de metrô. A Gran Coffee também vinha crescendo no setor de café em cápsulas ou discos. Desde 2012 como distribuidora da Nespresso no mercado B2B, começou pela região de Campinas (SP), passou a cobrir o Vale do Paraíba (SP), o ABC Paulista e atravessou as divisas de São Paulo. A soma dessas medidas trouxe faturamento de R$ 250 milhões no ano passado, 20% acima do registrado em 2020.

Resultado impensável diante do susto com a pandemia. Mas não houve tempo para celebrar. Em março último a Nespresso interrompeu a parceria. A notícia inesperada serviu de estímulo para a empreitada que gerou o grande lançamento da empresa neste ano e que a colocou em uma franca disputa com sua ex-parceira. E o aliado, desta vez, estava na suíça. “Fomos atrás da Delica, única empresa que tem o know-how para desenvolver as cápsulas de alumínio. Criamos em conjunto cinco blends com o perfil aromático de que o brasileiro gosta”, disse. O grupo investiu R$ 6 milhões nesse projeto e colocou no mercado a linha Astro Café Pro.

A meta para 2022 é restabelecer os volumes de antes da pandemia e faturar R$ 304 milhões. Para isso, estão no plano outros objetivos, como a realização de um evento para oficializar a apresentação da linha Astro Café Pro, ampliar a atuação no e-commerce e lançar uma plataforma digital para B2B. Para a Gran Coffee, o novo portfólio de cafés já trouxe muita energia.