O Gramado Summit, um dos principais eventos de tecnologia e inovação do Brasil, vai adotar uma nova frente de atuação, agora como uma fintech. A ideia é fornecer uma plataforma de gestão e venda de ingressos para outros organizadores de eventos.

A mudança na estratégia de negócio aconteceu com a chegada da pandemia da covid-19, que impediu a realização do evento presencial em março e forçou a organização a realizá-lo online no mês passado.

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Com o encontro paralisado durante boa parte do ano, a empresa responsável pelo recebimento dos recursos da venda de ingressos mudou a política de pagamento, deixando os repasses para a semana de realização do evento e não mais após alguns dias do recebimento do dinheiro, como era feito antes.

Em entrevista ao site PEGN, o CEO do Gramado Summit, Marcus Rossi, disse que o dinheiro dos ingressos é capital de giro para as empresas que organizam os eventos e que a companhia responsável pela bilheteria mudou sua política de repasses do dia para a noite, sem aceitar negociação.

Para driblar a imposição, a organização do Summit fechou parceria com a GetNet e passou a gerenciar a própria venda dos ingressos e gestão dos participantes do encontro. Foram dois meses de desenvolvimento da plataforma e o sistema entrou no ar em maio, possibilitando o processamento dos pagamentos, agora sem taxas de outras operadoras.

O gerenciamento da rede própria indicou para a organização do Summit que era mais fácil apostar no modelo desenvolvido, mais limpo e menos burocrático, e oferece-lo para outras empresas que precisam vender ingressos em grande escala.

A proprietária do parque Snowland, em Gramado, entrou como investidor anjo do negócio e bancou R$ 400 mil para a plataforma, batizada de “Iris”. A taxa cobrada pelos ingressos é de 5% para vendas à vista e 10% para as parceladas, com os recursos indo diretamente para os organizadores dos eventos.

O sistema vai começar a operar em janeiro de 2021, inicialmente com clientes da região sul do País.