A separação da operação do Assaí e do multivarejo do GPA vem com a intenção de dar protagonismo a cada um dos negócios. Segundo os executivos do grupo, a decisão deve “liberar valores” para ambas as empresas que resultarem desta cisão. Para o vice-presidente do conselho de administração, Ronaldo Iabrudi, a tese de investimentos desta separação é a possibilidade de melhor alocação de recursos e a possibilidade de dar mais visibilidade a cada um dos negócios.

Não há nova oferta de ações prevista para o GPA. Ao final da divisão, todos os acionistas da companhia terão a mesma porcentagem de ações no Assaí e no multivarejo. Assim, o Grupo Casino, atual controlador, continuaria com a mesma participação na nova empresa a ser listada na Bolsa. A previsão é que até o fim do primeiro trimestre de 2021, a separação seja concluída e o Assai já esteja na B3.

“Ao final, teremos duas operações independentes. A alocação de recursos será mais eficiente. Ambas terão acesso ao mercado”, diz Iabrudi. “Tem investidores que dizem que o Assaí sozinho vale alguns bilhões de reais”, afirmou ainda o executivo. Além disso, ele pontuou que, hoje, o Assai e o Multivarejo do grupo têm “poucas sinergias, para não dizer nenhuma”. No novo modelo, o setor de gasolina e farmácia ficam debaixo do ticker do multivarejo.

“É uma operação complexa que vai envolver órgãos reguladores de vários países”, afirmou o CEO do GPA, Peter Estermann. Ele afirmou que o grupo estará focado, a partir de agora, no processo de implementação desta cisão. A princípio, o que o conselho aprovou foi o aprofundamento dos estudos para a separação. A concretização, porém, vai depender da aprovação de investidores e credores, por meio de assembleias.

Para Iabrudi, porém “não há desafios insuperáveis no processo” e os times das duas empresas resultantes do processo não deverão quase sofrer alterações.

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