O Ministério da Economia definiu o modelo de privatização dos Correios. O governo, que duvida da autossuficiência e capacidade de investimentos da estatal, deseja que o Congresso vote já na próxima semana, antes do recesso parlamentar, o projeto para vender integralmente o controle da companhia.

Segundo depoimento do secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, ao jornal O Globo, o plano é um formato de leilão tradicional, em que o comprador leva os ativos e passivos dos Correios. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já estipulou a votação para os próximos dias, entre 12 e 15 julho.

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O leilão dos Correios está previsto para março de 2022, próximo ao da Eletrobras, já aprovado pelo Congresso. Para regulamentar o novo serviço privado de postagens, o governo pretende transformar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em Agência Nacional de de Comunicações (Anacom).

O valor de venda da estatal ainda não foi definido – o último balanço dos Correios, de 2020, indica ativos que somam R$ 14 bilhões (circulantes e não circulantes). O Banco Nacional de Desenvolvimento Ecônomico e Social (BNDES) calcula passivo de R$ 13 bilhões. Em 2020, a empresa arrecadou aproximadamente R$ 5,5 bilhões com serviço de correspondência – com encomendas, a receita chegou a R$ 11 bilhões. O BNDES indica lucro líquido de R$ 1,5 bilhão em 2020.

“A gente vai privatizar os Correios combinado com uma concessão. A Constituição diz que cabe à União garantir o serviço postal, e isso pode ser por concessão. Como garantimos? Regulando. É uma eficiência muito maior que a prestação direta”, afirmou ao jornal Mac Cor, que critica a falta de tecnologia e baixa produtividade da empresa estatal.