Criticado pelo ritmo lento de vacinação contra a covid-19 no Brasil, o governo avalia a possibilidade de adaptação de fábricas que produzem vacinas para animais, para que esses complexos também passem a fabricar imunizantes contra o novo coronavírus. A informação foi dada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, neste sábado (03), após uma reunião com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom.

Para o ministro, tal iniciativa poderá contribuir para que o Brasil não só amplie a capacidade de vacinação para os brasileiros, mas também futuramente ofereça imunizantes a outros países.

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“Verificar a adequação dos parques industriais que produzem vacinas animais, para utilizar esses parques para produzir vacinas em humanos, não só para abastecer o mercado interno e ampliar a nossa capacidade de vacinação, mas também para que o Brasil, na sua posição de líder em vacinação na América latina, para em breve, se tudo ocorrer como nos programamos, oferecer vacinas para outros países na América Latina”, disse Queiroga, segundo quem na reunião se discutiu medidas que possam assegurar mais vacinas para os próximos três meses.

O ministro disse que a prioridade é ampliar a campanha de vacinação, e ressaltou que o problema do número insuficiente do imunizante não é exclusivo do Brasil, mas afeta todo o mundo, incluindo países desenvolvidos. Até o momento, menos de 10% da população brasileira já recebeu uma ou as duas doses da vacina.

Em Israel, no Reino Unido e no Chile, onde a imunização está sendo executada em um ritmo muito mais acelerado, o índice de vacinados chega a 60,69%, 46,11% e 36,28% da população, respectivamente, segundo dados compilados no site “Our world in data”.

Queiroga afirmou que o País tem assegurado 30 milhões de doses para abril, o que permite ao governo continuar aplicando neste mês a marca de 1 milhão de doses ao dia. “Primeiro objetivo é em abril conseguir permanecer todos os dias com um milhão de doses”, afirmou.

O ministro também comentou que o Brasil tem “negociado fortemente” com a Embaixada da China sobre a ampliação de disponibilidade do Insumo Farmacêutica Ativo (IFA), um dos componentes para a produção da vacina. “Temos negociado fortemente com a Embaixada da China, que tem relação boa e forte com o Brasil”, afirmou.