A dívida bruta do governo central vai continuar subindo nos próximos dois anos, chegando a 76,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e a 77,9% em 2019 e, depois, apresentará um leve queda, atingindo 77,7% do PIB em 2020. A estimativa foi feita pela equipe econômica do governo de Michel Temer e consta do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018 (LDO 2018), entregue oficialmente nesta segunda-feira, 17, pelo governo ao Congresso Nacional.

O documento reafirma a meta fiscal para o próximo ano já divulgada pelo governo, que é de um déficit primário de R$ 131,3 bilhões, equivalente a 1,8% do PIB, sendo déficit de R$ 129 bilhões do governo central, déficit de R$ 3,5 bilhões das estatais federais e superávit de R$ 1,2 bilhão de Estados e municípios.

Pelas projeções listadas no documento, é possível constatar que as contas públicas só terão alguma melhora no ano de 2020. Além de 2018, em 2019 o resultado primário ainda será deficitário, em R$ 63,8 bilhões ou -0,8% do PIB. Em 2020, a estimativa, porém, é de superávit, num total de R$ 23,2 bilhões ou 0,3% do PIB.

“Para 2018, o cenário é promissor. Para 2017, a estimativa oficial é de crescimento real do PIB de 0,50%, acelerando na última metade do ano e entrando em 2018 em trajetória bastante positiva, apontando crescimento real de 2,49% para o ano.

Para 2019 e 2020, esta dinâmica deverá se manter com altas de 2,49% e 2,58%, respectivamente. Este cenário será acompanhado de ampla recuperação da atividade econômica, do emprego e da renda, levando a um desempenho positivo da arrecadação federal e avanço do ajuste fiscal”, cita o documento.

No projeto, o governo ainda estima que a inflação ficará estável nos três próximos anos, em um IPCA acumulado de 4,5%, assim como a taxa básica de juros, a Selic, em 9,0% a.a., nos três anos seguintes. Para o câmbio, as estimativas são de R$ 3,4 em 2018, R$ 3,5 em 2019 e em R$ 3,6 em 2020.