O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, criticou a estratégia adotada pelo governo da presidente Dilma Roussef em relação às concessões de projetos de infraestrutura, afirmando que, no passado, se trocou a “aritmética pela ideologia” nessa área.

“Tivemos que rever o modelo para que as concessões tomassem outro rumo”, disse Quintella, durante cerimônia de abertura da Intermodal, em São Paulo, ressaltando ainda que, atualmente, se prioriza a viabilidade econômica e a segurança jurídica dos contratos. “Estamos atraindo investidores privados e retomando a credibilidade de quem quer fazer negócios.”

Falando para uma plateia composta, em sua maioria, por investidores tanto brasileiros quanto estrangeiros, o ministro afirmou que o governo federal está amplamente comprometido com o setor de logística e com os investimentos em infraestrutura, estando aberto às parcerias com o setor privado.

“O governo está ciente da importância do papel de prover infraestrutura para que o setor privado possa desenvolver suas atividades de forma criativa”, avaliou. “Estamos cientes que as parcerias são essenciais para a economia e imprescindíveis para o Brasil”.

Quanto aos investimentos em infraestrutura, Quintella ressaltou que o governo tem procurado realizar aportes em todos os modais, mas priorizando a conclusão de obras inacabadas ou com alto grau de execução, mas que estavam paralisadas.

“O investimento em infraestrutura e a intermodalidade são fundamentais e, para isso, a participação do privado é imprescindível”, concluiu.

Leilões de ferrovias

Quintella afirmou que, no setor ferroviário, o governo tem como meta leiloar até o fim do ano a Ferrogrão, a ferrovia Norte-Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

“Também foi priorizada a renovação antecipada de cinco concessões ferroviárias”, disse Quintella, referindo-se aos projetos da MRS Logística, Estrada de Ferro Carajás, ferrovia Vitória-Minas, FCA e Rumo (Malha Paulista). Segundo o ministro, tais renovações poderão destravar investimentos de até R$ 25 bilhões na malha ferroviária do País.

“O Brasil é um destino certo para investidores nacionais e internacionais”, disse o ministro. “O País nunca precisou tanto de parcerias quanto agora”.

Quanto aos leilões dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis e dos terminais portuários STM 04 e 05, em Santarém (PA), Quintella voltou a afirmar que as disputas foram bem sucedidas, destacando os investimentos que serão realizados nesses ativos.

“Tivemos competitividade e uma disputa extremamente acirrada, ficamos muito felizes”, avaliou, referindo-se aos aeroportos. “Temos certeza que, com essas operadoras, teremos o melhor serviço oferecido à população”.

Em relação ao setor portuário, Quintella lembrou que, além do leilão dos terminais no Pará, o governo também renovou a concessão de dois terminais, em Salvador e Paranaguá, e trabalha para a finalização do novo decreto do setor portuário. “Queremos dar uma nova dinâmica ao setor e atrair mais investimentos.”