O presidente do Iêmen apoiou os esforços da ONU para pôr fim a quatro anos de guerra em seu país, mas especialistas advertem que a cidade portuária de Hodeida continua ameaçada por novas ações militares.

A calma imperava nesta quinta-feira em Hodeida pelo terceiro dia consecutivo, após 12 dias de bombardeios e combates entre rebeldes huthis – apoiados pelo Irã, que controlam a cidade – e uma coalizão pró-governo apoiada por Arábia Saudita e Emirados Árabes.

Situada às margens do Mar Vermelho, Hodeida é ponto de entrada de mais de três quartos das importações e da ajuda humanitária internacional, essencial para um país que sofre com a fome.

A ofensiva do governo contra Hodeida começou em junho, mas se intensificou no começo de novembro.

Mas graças à calma, lojas e escolas próximas às linhas de frente voltaram a abrir hoje, e algumas famílias se aventuraram fora de casa.

Comandantes das forças pró-governo iemenitas anunciaram ontem que receberam ordens para suspender as operações contra os rebeldes em Hodeida. “Mas responderemos a qualquer movimento do inimigo”, advertiu um deles.

A pressão diplomática para acabar com o conflito é crescente. Estados Unidos, França e Grã-Bretanha apoiaram a ONU em sua exigência de que cessem as hostilidades. O presidente do Iêmen, Abd Hadi, também se declarou favorável às negociações propostas pela ONU.

Exilado na Arábia Saudita, Hadi “deu diretrizes para apoiar os esforços que garantam os interesses do Iêmen para alcançar uma paz duradoura”, disse um porta-voz do presidente, citado em um comunicado da agência oficial Saba. Mas “a batalha do povo iemenita para libertar Hodeida é inevitável, seja pela paz ou pela guerra”, diz o texto.