Brasília - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o secretário-geral do ministério, Joaquim Silva e Luna, participam do lançamento do Sistema Integrado de Alerta de Desmatamento (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Brasília – O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o secretário-geral do ministério, Joaquim Silva e Luna, divulgam balanço do Sistem do lançamento do Sistema Integrado de Alerta de DesmatamentoFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Entre novembro de 2016 e janeiro de 2018, o Sistema Integrado de Alerta de Desmatamento (SIPAMSar) mapeou 378 mil hectares de área e emitiu 20 mil alertas na Amazônia. O primeiro balanço do sistema foi divulgado hoje (21) na sede do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão vinculado ao Ministério da Defesa.

O sistema monitora 357 mil quilômetros quadrados (km2) por mês. Por meio do uso de imagens de satélite, ele identifica variações em áreas de até 0,5 hectare. Além de desmatamentos, os alertas também indicam casos de garimpo, pistas de pouso clandestinas, mineração ilegal e outros problemas de ordenamento territorial.

Até 2015, o monitoramento era feito por aeronaves, método mais caro e menos eficiente. A partir daquele ano, passou a ser realizado por imagens de satélite, em uma parceria entre o Censipam e órgãos de fiscalização ambiental, como o Instituto Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováreis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Os institutos indicam as áreas a ser analisadas. Com base nisso, o Censipam solicita as imagens à empresa responsável pela operação do satélite, recebe estas pela Internet, avalia se há focos de desmatamento e produz alertas para os órgãos de fiscalização.

O projeto começou em 2015 e deve ir até 2019. Os recursos de custeio foram obtidos junto ao Fundo Amazônico e ao governo federal. Até o momento, foram executadas 47% das verbas destinadas.

Precisão

Segundo o Ministério da Defesa, uma vantagem do sistema é a capacidade de mapeamento mesmo em condições climáticas adversas, como o período de chuva, de janeiro a abril. “Os nossos sistemas anteriores tinham a sua eficácia, mas só o fato de que conseguimos detectar a Amazônia durante o período de chuva e acionar o sistema de alerta, seja o Ibama ou a Polícia Federal, podemos chamar de uma revolução”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante cerimônia de divulgação do balanço do SIPAMSar.

Antenas

No evento, o ministro da Defesa e os representantes do Censipam anunciaram a compra de novas antenas, que serão instaladas em Brasília e em Manaus para a recepção das imagens de satélite. Com isso, não haverá mais a necessidade de as imagens captadas passarem pela empresa responsável pelo satélite, na Itália, e só depois serem disponibilizadas aos centros de análise no Brasil.

“Além das duas novas antenas, a estação de recepção vai ter subsistemas de gravação, aquisição de imagens e catálogo. O centro de processamento que já existe vai ser integrado a ela. Com isso, o novo sistema irá dar mais agilidade ao planejamento e diminuir o tempo de resposta”, disse o técnico militar responsável Miguel Archanjo, do Censipam, na apresentação do balanço.

Fiscalização

Segundo o ICMBio, os focos de desmatamento identificados pelo SIPAMSar e transformados em alertas vêm auxiliando no combate a essa prática na Amazônia.

“Esses dados que eles produzem são efetivados em ações de fiscalização ou em ações pontuais. Em torno de 80% dos alertas são atendidos por essas operações. É o nosso principal alvo hoje”, diz Luiz Felipe de Souza, coordenador-geral de Proteção do órgão.