Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) – O Ministério da Economia deve manter a projeção oficial de crescimento econômico em 1,5% para 2022 e 2,5% para 2023, disseram dois membros da pasta à Reuters nesta quarta-feira, reforçando que a atividade terá um desempenho melhor do que o esperado pelo mercado devido à força do mercado de trabalho e aos crescentes investimentos privados.

O ministério atualizará suas projeções para os indicadores econômicos na quinta-feira e os números de inflação devem vir piores do que a estimativa anterior, apresentada em março, quando o IPCA projetado para este ano estava em 6,55%.

Os dados servirão de base para os cálculos do relatório bimestral de receitas e despesas, previsto para sexta-feira, que avalia o cumprimento da meta fiscal e do teto de gastos.

Economistas vêm melhorando as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, aproximando os números das previsões de governo. Já as estimativas para 2023 têm sido revisadas para baixo.

Analistas apontam que a demanda no país foi auxiliada por um maior estímulo fiscal, após o aumento da transferência de renda aos mais pobres por meio do Auxílio Brasil. Além disso, o mercado de trabalho deu sinais de força e a pandemia perdeu intensidade.

Ao mesmo tempo, as expectativas de mercado para 2023 se deterioraram, com o aperto monetário agressivo conduzido pelo Banco Central para controlar a inflação devendo afetar a atividade a partir do segundo semestre deste ano.

A autoridade monetária elevou a taxa básica de juros a 12,75% no início deste mês, já sinalizando outro provável aumento para junho.

Goldman Sachs e Credit Suisse agora veem o PIB brasileiro subindo 1,25% e 1,4% neste ano, respectivamente, contra projeções anteriores de 0,6% e 0,2%. Para 2023, o Goldman Sachs piorou sua previsão de 1,2% para 0,9%, enquanto o Credit Suisse revisou sua estimativa de 2,1% para 0,9%.

O Bank of America projetou na terça-feira que o Brasil crescerá 1,5% em 2022, ante 0,5% antes. Por outro lado, a expansão para 2023 agora é estimado em 0,9%, de 1,8% anteriormente.

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