O governo brasileiro deve anunciar na sexta-feira, 6, um novo acordo comercial com a Argentina para o setor automotivo, afirmou nesta quinta-feira, 5, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. “E o objetivo é que se chegue ao livre comércio”, disse o executivo.

Atualmente, Brasil e Argentina têm um acordo para o setor que vai até junho de 2020.

O combinado é que, para cada US$ 1 que o Brasil importa da Argentina, pode exportar US$ 1,5 para lá.

O novo acordo, se confirmado, passaria a vigorar depois de junho de 2020.

Moraes não vê riscos para o acordo mesmo que a oposição vença a eleição presidencial na Argentina, que ocorrerá em algumas semanas. “O governo que entrar vai olhar para o Brasil como um parceiro”, disse o presidente da Anfavea.

Números de agosto

A associação informou que em agosto a produção de veículos no Brasil caiu 7,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram produzidas 269,8 mil unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

O número de unidades produzidas em agosto, no entanto, cresceu 1,1% na comparação com julho. No acumulado do ano, o setor já soma 2,01 milhões de unidades, crescimento de 2% em relação a igual período de 2018.

Na geração de emprego, as montadoras têm apresentado resultados negativos. Em agosto, foram fechadas 512 vagas. Em 12 meses, são 4.366 postos de trabalho encerrados. Hoje, o setor conta com 128.153 empregados, queda de 3,3% em relação ao número registrado em agosto do ano passado.

Em relação a julho, os licenciamentos ficaram praticamente estáveis, com leve recuo de 0,3%. No acumulado do ano, as vendas chegam a 1,79 milhão de unidades, alta de 9,9% na comparação com igual período do ano passado.

No mercado interno, os números da Anfavea confirmam dados divulgados na segunda-feira pela Fenabrave. A venda para o consumidor brasileiro caiu 2,3% em agosto ante igual mês do ano passado, na primeira queda interanual depois de 27 meses seguidos de alta. Foram 243 mil unidades vendidas. O recuo, contudo, foi influenciado em parte pelo número de dias úteis, uma vez que agosto deste ano teve um dia a mais que agosto do ano passado.

Queda na exportação

O recuo no volume produzido se deve à desaceleração da venda de veículos no mercado interno e ao recuo nas exportações, em especial para a Argentina, que tem reduzido a compra de carros brasileiros desde meados do ano passado, em razão do aprofundamento de sua crise econômica. A Argentina é o principal mercado no exterior para veículos brasileiros.

A exportação de veículos, em unidades, caiu 34,6% em agosto ante igual mês do ano passado. Foram 36,7 mil unidades vendidas ao exterior, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O volume, se comparado a julho, representa queda de 12,8%. No acumulado do ano, a exportação cai 37,9%, para 300,9 mil unidades.