O governo de São Paulo afirmou em nota que a ideia de unificar a gestão de áreas de preservação na Fundação Florestal (FF) e extinguir o Instituto Florestal (IF), incluída na reforma administrativa proposta pela gestão de João Doria (PSDB), preservaria “integralmente” atividades de pesquisa, conservação e recuperação da biodiversidade.

O Executivo paulista faz referência a sua estimativa de déficit de R$ 10,4 bilhões, que Doria projeta para o ano que vem, ao dizer que o enxugamento da estrutura estadual é “necessária” para equilibrar as finanças estaduais.

Segundo o governo, a proposta unificaria a administração e pesquisa ambiental do Instituto Florestal com os Institutos Geológico e Botânico, para criar, com uma estrutura mais enxuta e produtiva, o Instituto de Biodiversidade e Meio Ambiente – IBioMA. “O novo Instituto aumentará processos de inovação tecnológica e conhecimento científico nas diversas áreas de interesse, além de gerir os acervos e o patrimônio cultural associado”, sustenta a gestão Doria.

Nesta semana, a organização não governamental Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) enviou ofício ao secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado, Marcos Penido, contra a proposta de reorganização do Sistema Estadual de Florestas (Sieflor). O Presidente do Proam, o ambientalista Carlos Bocuhy é também conselheiro do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), comandado por Penido.

Para Bocuhy, a justificativa do governo, de que a unificação dos órgãos traria mais eficácia na gestão das áreas florestais e menor gasto de recursos públicos, não se sustenta em dados. “A reforma do Sieflor não tem qualquer fundamentação do ponto de vista econômico, porque as Unidades de Conservação, administradas pelo Instituto Florestal, são autossustentáveis e trabalham com pesquisa de produção de madeira, o que permite a elas um ganho muito superior ao que é pago para os funcionários”, afirma o ambientalista.

Já o governo estadual defende que a transferência dos ativos ambientais do Instituto Florestal para a gestão da Fundação Florestal viabilizaria a “concessão de áreas produtivas para a iniciativa privada ou venda direta da madeira e resina, com a ação de manejo florestal associada”. E acrescenta que áreas dedicadas à pesquisa florestal não seriam concedidas.