A pressão sobre as autoridades australianas para que iniciem a campanha de vacinação contra o coronavírus aumenta, mas o primeiro-ministro Scott Morrison afirmou nesta terça-feira que o país não vai correr “riscos inúteis”.

Vários países já iniciaram a campanha de imunização, mas o órgão regulador australiano só deve aprovar as vacinas dentro de um mês e as primeiras doses serão aplicadas no fim de março.

Morrison, que no início da pandemia afirmou que a Austrália seria “líder” em termos de vacinação, deu a entender que os países mais afetados pelo vírus, como o Reino Unido, se viram obrigados a conceder as autorizações de maneira urgente.

“A Austrália não está em uma situação de emergência como o Reino Unido. Não temos que economizar recursos. Não temos que correr riscos desnecessários”, declarou o chefe de Governo conservador à rádio l3AW.

De modo geral, a Austrália conseguiu conter a pandemia, mas recentemente detectou vários focos nas duas maiores cidades do país: Sydney e Melbourne.

Desde o início da pandemia, a Austrália, com uma população de 25 milhões de pessoas, registrou quase 30.000 contágios e menos de 1.000 mortes por coronavírus.

De acordo com Morrison, o Reino Unido, que registra atualmente quase 60.000 novas infecções por dia, está “nas fases iniciais” da vacinação e teve “alguns problemas” porque atua em caráter de emergência.

O primeiro-ministro considera que as campanhas de vacinação no Reino Unido e nos Estados Unidos, entre outros, darão a Austrália mais informações sobre os fármacos que os testes clínicos.

A Austrália pretende comprar 54 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo grupo britânico AstraZeneca com a Universidade de Oxford e 3,8 milhões de doses chegarão nos próximos dias ao país.

Também assinou acordos para adquirir este ano 51 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório americano Novavax e outras 10 milhões do fármaco produzido pelos laboratórios Pfizer/BioNTech.