As contas do Governo Central registraram um déficit primário de R$ 16,206 bilhões em novembro, o pior desempenho para o mês desde 2016 na série histórica com início em 1997. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o superávit de R$ 9,451 bilhões de outubro.

O resultado de novembro veio pior que a mediana das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 15,400 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 14 instituições financeiras.

O dado do mês passado, porém, ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de déficit de R$ 20,500 bilhões a superávit de R$ 2,700 bilhões.

Entre janeiro e novembro deste ano, o resultado primário foi de déficit de R$ 88,473 bilhões, o melhor resultado desde 2015. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 103,232 bilhões.

Em 12 meses, o Governo Central apresenta um déficit de R$ 111,0 bilhões – equivalente a 1,6% do PIB. Para este ano, a meta fiscal admite um déficit de até R$ 159 bilhões nas contas do Governo Central.

As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um superávit primário de R$ 1,762 bilhão em novembro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 97,831 bilhões.

No entanto, o Tesouro alertou que todo esse esforço está sendo consumido pelos déficits crescentes e acentuados na Previdência Social. Só no mês passado, o resultado do INSS foi negativo em R$ 17,968 bilhões. Já no acumulado do ano, o rombo chega a R$ 188,9 bilhões, segundo os dados já corrigidos pela inflação.

As contas apenas do Banco Central tiveram déficit de R$ 52 milhões em novembro e de R$ 913 milhões no acumulado do ano até o mês passado.

Receitas

O resultado de novembro representa queda real de 4,3% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram alta real de 5,4%.

No ano até novembro, as receitas do Governo Central subiram 5,0% ante igual período de 2017, enquanto as despesas aumentaram 2,6% na mesma base de comparação.

Investimentos totais

Os investimentos do governo federal subiram a R$ 40,569 bilhões nos 11 meses de 2018, informou o Tesouro Nacional. Desse total, R$ 20,544 bilhões são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2018. Os outros R$ 20 bilhões são investimentos previstos no próprio exercício.

De janeiro a novembro do ano passado, os investimentos totais haviam somado R$ 31,595 bilhões. Neste ano, os investimentos totais têm alta nominal de 28,4%.