Brasil

“O leilão foi um sucesso. Superou a soma de todos os outros leilões já realizados no País, desde a abertura do setor (no final dos anos 90)” – Décio Oddone, diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), celebrando o megaleilão do pré-sal, que arrecadou R$ 36 bilhões a menos do que
o governo esperava

Marcado pela falta de disputa e pelo protagonismo da Petrobras, o megaleilão do pré-sal, realizado na quarta-feira 7, não foi o sucesso esperado. O governo pretendia arrecadar R$ 106,5 bilhões com a venda de quatro áreas oferecidas na Rodada de Licitações do Excedente da Cessão Onerosa, mas duas delas – Sépia e Atapu – não atraíram o interesse de ninguém. Ainda assim, o governo celebrou o arremate dos outros dois blocos – Búzios e Itapu –, que rendeu R$ 70 bilhões aos cofres públicos. O fato é que, em relação ao valor pago pelas empresas pelo direito de exploração, se trata do maior montante já amealhado num leilão do setor petrolífero em todo o mundo. A própria Agência Nacional de Petróleo (ANP já tinha divulgado contar com a possibilidade de que nem todos os blocos atraíssem o interesse de investidores, o que, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é normal nesse tipo de leilão.

Na terça-feira 6, o ministro havia declarado que se apenas as áreas de Búzios e Itapu fossem negociadas, o megaleilão já seria um sucesso. Foi exatamente o que aconteceu. Arrematados em oferta única, esses dois blocos foram negociados sem ágio, o que também indica uma certa falta de ânimo por parte dos investidores em relação ao negócio. A maior responsável pela arrecadação dos R$ 70 bilhões foi a Petrobras, que arrematou os dois blocos em que já havia exercido o direito de preferência, que a legislação lhe garante. Maior de todas as áreas negociadas, a de Búzios foi arrematada pela Petrobras em consórcio formado com as chinesas CNODC Brasil (5%) e CNOOC Petroleum (5%). Já o bloco de Itapu teve a Petrobras como única compradora. A estatal brasileira adquiriu a área em oferta única e sem ágio. Apesar de não ter tido o êxito que o mercado esperava, o megaleilão do pré-sal foi celebrado pelo diretor-geral da ANP, Décio Oddone, que destacou o fato de ter sido o “maior leilão já realizado”.

 

Internacional

Arábia Saudita anuncia IPO da empresa mais rentável do planeta e que vale US$ 2 trilhões

Responsável por cerca de 10% da produção global de petróleo – são mais de 10 milhões de barris por dia –, a companhia Saudi Aramco acaba de anunciar que entrará no mercado doméstico de ações, com listagem na Saudi Stock Exchange. O negócio já está fazendo muito barulho em todo o planeta. Afinal, a petrolífera tem valor de mercado estimado em US$ 2 trilhões e é considerada a companhia mais rentável do mundo, com lucro líquido de US$ 111 bilhões no ano passado. Após 4 anos de adiamentos, a Saudi Aramco divulgou nota oficial, comunicando que fará uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês), com a devida autorização do príncipe saudita Mohammed bin Salman, sem a qual o negócio não poderia ser realizado. O governo saudita pretende arrecadar cerca de US$ 100 bilhões com a abertura de capital da companhia e deve listar as ações da Aramco numa bolsa internacional já em 2020. A direção da empresa afirmou que, no sábado 9, dará início a reuniões com investidores para tratar do assunto.

 

Mineração

ANM faz 24 autuações contra a Vale por tragédia de Brumadinho

Na terça-feira 5, a Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou o relatório técnico final sobre a responsabilidade da Vale na tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. Ocorrida no dia 25 de janeiro deste ano, a catástrofe causou a morte de cerca de 250 pessoas e danos ambientais incalculáveis. Com 194 páginas, o documento aponta inconsistências entre as informações prestadas pela Vale, durante o ano passado, e a real situação observada pela ANM na barragem. A partir disso, o órgão emitiu 24 autuações à companhia. Agora, a agência encaminhará o relatório à Polícia Federal (PF), à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF). O texto do documento aponta o que os técnicos chamam de “discrepâncias” nas informações prestadas pela mineradora e afirma que a tragédia poderia ter sido evitada, se a Vale tivesse corrigido as falhas na estrutura, a respeito das quais a direção da empresa já tinha sido informada.

 

Negócio

Santander adquire fintech de pagamentos internacionais por R$ 1,7 bi

O Santander anunciou, na segunda-feira 4, que aplicou cerca de R$ 1,7 bilhão na fintech Ebury. De origem britânica, a empresa opera em quase 20 países e usa tecnologia para efetuar pagamentos internacionais e de comércio exterior, tendo como foco principal pequenas e médias empresas. Com o negócio, o banco torna-se acionista majoritário da companhia, com 50,1% das ações. Em comunicado oficial, o Santander divulgou que, de todo o valor investido, R$ 360 milhões são referentes a novas ações e serão utilizados pela Ebury para entrar nos emergentes mercados da América Latina e da Ásia. A direção do banco afirmou, ainda, que adquirir a fintech faz parte da sua estratégia digital, com a meta de ser a instituição financeira “preferencial para PMEs que mantêm negócios no exterior ou estão interessadas em internacionalizar suas atividades.” O Santander possui cerca de 4 milhões de clientes nesse segmento.

 

Números

R$ 240 bilhões – É o montante estimado pelo governo federal que o décimo terceiro deve injetar na economia nacional.

R$ 500 bilhões – É quanto, segundo o governo, a PEC do Pacto deve transferir para estados e municípios.

R$ 130,2 milhões – É o valor da multa aplicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ao empresário Nelson Tanure, enquanto acionista majoritário do estaleiro Verolme-Ishibrás. A autarquia concluiu que houve desvio de recursos do estaleiro para outras empresas de Tanure.