O presidente Jair Bolsonaro anunciou na manhã desta sexta-feira (27) um pacote R$ 40 bilhões para financiar a folha de pequenas e médias empresas e ajudar na recuperação econômica, paralisada pelos avanços do coronavírus no Brasil.

O anúncio foi encabeçado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a medida será válida para empresas com faturamento anual entre R$ 300 mil e R$ 10 milhões. Como contrapartida, as empresas que aceitarem a linha de crédito não poderão demitir os funcionários nesse período e poderão usar o dinheiro somente para pagamento de folha. Os empregados receberão até dois salários mínimos.

A decisão em cobrir o pagamento de quem recebe acima dos R$ 2090 (equivalente aos dois salários) ficará a critério das empresas.

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A linha de crédito durará dois meses e cerca de R$ 20 bilhões sairão dos cofres públicos em cada mês. Serão pelo menos 1,4 milhões de empresas beneficiadas, atingindo 12,2 milhões de empregados.

Além de Bolsonaro e Roberto Campos Neto, participaram da coletiva o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não compareceu ao evento.

“O dinheiro vai direto para as folhas de pagamento, então a empresa fecha o contrato com o banco, mas o dinheiro vai cair direto no CPF do funcionário”, disse Campos Neto.

As empresas terão carência de 6 meses e 36 meses para pagar o empréstimo do governo, com juros de 3,75% ao ano e a previsão é de que o acesso ao programa esteja disponível em até duas semanas.

Segundo Campos Neto, 85% do valor sairá do Tesouro Nacional e 15% serão completados pelos bancos privados.

“Essa operação conta com quatro participantes. O Tesouro, o BNDES, os bancos privados e o BC. O Tesouro aplica o subsídio e fica com as perdas e ganhos da operação. O BNDES opera os recursos do Tesouro, que vai passar para os bancos privados. Os bancos privados vão colocar 15% do seu bolso. Quem opera é o banco privado”, disse Montezano.

Campos Neto também anunciou que o governo vai encaminhar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir que o Banco Central empreste dinheiro direto às empresas em momentos de crise. A ideia é se aproximar do o Federal Reserve, o BC norte-americano, anunciou nos últimos dias.

Com isso, o governo resolve o problema de empresas que vinham reclamando da dificuldade em acessar crédito bancário.