Iniciou na manhã desta segunda-feira (23) o Fórum Nacional de Governadores para debater a crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o Judiciário brasileiro. Dos 27 governadores brasileiros, 23 estão presentes na reunião presidida por Ibaneis Rocha (DF) e que deve estabelecer um “Pacto pela Democracia”.

Além da crise entre os poderes, um tema que preocupa os governadores é o 7 de setembro e uma possível organização civil antidemocrática em torno do feriado. Na manhã desta segunda-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria, afastou um coronel da PM que fez postagens em apoio a Bolsonaro, contra o STF e convocando militares para as manifestações.

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O temor é de que mais atos de insubordinação deste tipo, proibidas pela Constituição, se repitam e tomem conta das polícias pelo País.

Segundo lista divulgada pelo Antagonista, apenas os governadores de Rondônia, Paraíba, Tocantins e Amazonas não participam do evento que conta com a maior parte dos gestores em webconferência.

É do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), a proposta de um “Pacto pela Democracia”, nos moldes do “Pacto pela Vida”, defendido pelos governadores durante a pandemia da covid.

Bolsonaro contra o STF

Não é de hoje que o presidente Jair Bolsonaro ataca as instituições democráticas e promove, constantemente, uma crise com os outros poderes. Na sexta-feira (20) ele deu mais um passo contra o Supremo, desta vez protocolando no Senado um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) já disse que não vai dar continuidade ao pedido.

O ato gerou diversas manifestações contrárias. Um desse movimentos partiu de dirigentes de dez partidos, que emitiram notas durante o domingo (22) reafirmando compromisso com a democracia e prestando solidariedade ao ministro do STF. Em textos separados, partidos como PDT, PSB, Cidadania, PCdoB, PV, Rede, PT, MDB, DEM e PSDB se colocaram contra o presidente da República.

De acordo com o Estadão, ex-presidentes também costuram acordos de paz nos bastidores. Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, Lula, José Sarney e Fernando Collor teriam procurado generais da reserva e da ativa do Exército Brasileiro para consultar um possível perigo de ruptura institucional. Eles pedem, também, garantias de que as eleições sejam mantidas e que o vencedor, independente do nome, tenha o resultado respeitado.