O governador de Nova York, Andrew Cuomo, acabou com o sonho da atriz da série “Sex and the City” e ativista LGBT Cynthia Nixon de governar o estado americano.

Nas primárias realizadas nesta quinta-feira, Cuomo obteve 66% dos votos, contra 34% para Nixon, segundo as primeiras projeções.

Nixon ficou conhecida por seu papel da advogada Miranda na série “Sex and the City”.

Esta foi a primeira incursão na política de Nixon, que se colocou à esquerda de Cuomo para tentar se tornar a primeira mulher e a primeira pessoa abertamente homossexual a governar o Estado de Nova York.

Cuomo, 60 anos, filho do finado governador Mario Cuomo, se aproxima de conquistar seu terceiro mandato como chefe do quarto estado mais populoso dos Estados Unidos e conhecido feudo democrata, nas eleições de 6 de novembro.

Cynthia Nixon apostava nas mulheres e nas minorias para se tornar governadora em 6 de novembro, já que Nova York é um reduto democrata.

Muitos reconhecem que, ainda que não tenha a experiência de um mandato eletivo, Cynthia Nixon fez uma campanha séria e combativa.

Há anos militante pelo ensino público e pelos direitos LGBT, essa mãe de três filhos, que se casou com uma mulher depois de ter sido casada com um homem, percorreu o estado defendendo a legalização da maconha recreativa, a reforma do metrô nova-iorquino, a gratuidade da educação, a queda no preço dos aluguéis, um seguro de saúde financiado pelo Estado e uma tributação mais pesada para os mais ricos.

– Golpe baixo –

Assim como outros candidatos “antiestablishment”, Cynthia Nixon rejeitou qualquer financiamento de empresas para sua campanha.

Sem poder competir com os “spots” na televisão divulgados por Cuomo, ela se apoiou nas redes sociais para passar sua mensagem e estimular os jovens a irem votar.

E ela não se cansou de atacar seu adversário – um dos governadores mais ativos anti-Trump – por sua conivência com Wall Street e com os grandes empresários, em detrimento do povo e das minorias.

No fim de semana, o Partido Democrata nova-iorquino, controlado por Cuomo, enviou para milhares de eleitores judeus um panfleto acusando Cynthia Nixon de ser negligente em relação ao antissemitismo – ainda que seus dois filhos do primeiro casamento sejam criados na tradição judaica.

Tanto o governador quanto o partido reconheceram que a acusação era infundada e Cuomo penou para tentar convencer que ele não aprovou, pessoalmente, esse golpe baixo.

Algumas organizações judaicas pediram ao jornal “The New York Times” que retirasse seu apoio a Cuomo, publicado no final de agosto. Uma posição que o jornal justificou pela “inexperiência de Nixon”.

Vários caciques do partido democrata, como o senador independente Bernie Sanders e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, preferiram não se posicionar nesta disputa.