O governo do estado do Paraná assinou nesta quarta-feira um memorando de entendimento com a Rússia para testar e produzir a vacina Sputnik V, cuja eficácia no combate à Covid-19 é vista com ceticismo pela comunidade internacional.

“É um documento muito objetivo, que trata da troca de tecnologia. Ele não gera compromisso neste momento, é um memorando de aproximação, de início de parceria”, explicou em videoconferência o diretor do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado.

O documento foi assinado entre o Tecpar e o Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF), com o aval, via videoconferência, do governador do Paraná, Carlos Junior, e o embaixador da Rússia no Brasil, Sergei Akopov.

Segundo Callado, na próxima semana será formado um grupo de trabalho que irá avaliar o resultado dos testes das fases 1 e 2 da vacina, a serem entregues pela Rússia, enquanto a fase 3, última antes da homologação, está em andamento.

Para o início dos testes no Brasil, é necessário o aval das autoridades de saúde locais, para o qual se deve apresentar um protocolo de pesquisa. Eventualmente, a produção da vacina deverá ter início no segundo semestre de 2021, indicou Callado.

O presidente russo, Vladimir Puttin, anunciou ontem que seu país desenvolveu a primeira vacina contra a Covid-19, batizada de Sputnik V, embora a OMS tenha advertido que a mesma ainda precisa ser verificada de forma independente e científica. O início da fase final de testes da vacina estava previsto para hoje e sua produção na Rússia deve começar em setembro.

Encontram-se na fase 3 de testes no Brasil duas vacinas contra a Covid-19: a ChAdOx1 nCoV-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a farmacêutica britânica AstraZeneca, e a Coronavac, do laboratório Sinovac Biotech. “Quanto mais alternativas o país vier a ter em relação à imunização, melhor”, expressou o diretor do Tecpar.