Uma reportagem da versão americana do site The Intercept mostrou o envolvimento do Google com um projeto do Pentágono chamado Maven, cujo objetivo era treinar a inteligência artificial de drones para que eles soubesse distinguir imagens e objetos.

O método encontrado para o tipo de análise foi o de crowdsourcing, através do site Figure Eight. Nele, pessoas são contratadas para realizar micro-tarefas cuja remuneração é de cerca de US$ 1 por hora. As atividades realizadas parecem inofensivas à primeira vista, como identificar árvores, carros e pessoas em fotos, assim como em processos de segurança para realizar transações ou acessos restritos na internet.

Porém, a finalidade de tudo isso era ensinar o sistema de inteligência artificial do Google a diferenciar estes objetos quando instalados em drones da Força Aérea dos Estados Unidos. Desta forma, os drones saberiam identificar alvos no campo de batalha. Segundo a apuração do site, em nenhum momento os empregados foram avisados da finalidade de suas atividades. O site também fornece informações para outras empresas interessadas em criar uma IA, como a Amazon Mechanical Turk.

O objetivo do Projeto Maven é de utilizar os dados do crowdsourcing para permitir ao Pentágono “analisar em tempo real as imagens” e “clicar em um prédio e ver tudo aquilo que está associado a ele” como pessoas e veículos, de acordo com documentos obtidos pelo The Intercept.

Após o vazamento do envolvimento do Google no projeto, mais de três mil funcionários assinaram um abaixo assinado exigindo o fim do envolvimento da empresa, alegando que eles estavam traindo seu lema não-oficial “não seja mau”. Executivos da empresa justificaram que o contrato vigente era de apenas US$ 9 milhões, porém, documentos internos mostraram que a empresa esperava receber mais de US$ 250 milhões do departamento de defesa americana. A empresa já declarou que não irá renovar seu contrato, que termina em março de 2019.