Entre 2016 e 2018, a Google obteve lucros de 40 bilhões de dólares com o paraíso fiscal das Bermudas. A Google Ireland Holding, tem sede nas ilhas e opera como empresa-mãe de toda a rede corporativa.

De acordo com os últimos dados disponíveis (2018), a que o jornal espanhol El Economista teve acesso, a gigante tecnológica gerou receitas de 18,3 bilhões de euros proveniente das várias subsidiárias, obtendo um lucro líquido de 15,5 bilhões de dólares.

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A Google reconheceu nas suas contas que não pagou imposto sobre as sociedades, uma vez que “taxa de impostos nas Bermudas é 0%”.

Na documentação publicada no Dublin Companies Register, a Google Ireland Holding não depende diretamente da Alphabet, dona da Google nos EUA, mas de duas empresas localizadas no paraíso fiscal das Bermudas. Especificamente, 99% é detido pela Google Bermuda Limited e 1% pela Google Bermuda Unlimited Company.

Além das ilhas localizadas no Atlântico Norte, a Irlanda também se estabeleceu como uma das chaves para a lucratividade da Google. A gigante tecnológica declarou em 2019 naquele país um volume de negócios de 45.684 milhões de euros, o que representa um terço de todos os seus negócios a nível mundial, ao contabilizar não só as receitas registadas na Europa, mas também no Médio Oriente e África.

Neste caso, a Google regista despesas de mais de 43,9 mil milhões de euros, o que implica 96% da sua receita. A tecnológica fatura diretamente na Irlanda as receitas da publicidade que vende nos diferentes países em que opera.

Ainda assim, a Google não é a única tecnológica que a Irlanda usa para centralizar os seus negócios europeus devido à sua baixa tributação e facilidade de obtenção de receita. O Facebook usa o mesmo sistema para cobrar publicidade na Ilha Clover e a Apple obtém a receita da venda de smartphones e tablets no mesmo país.