A Google apresentou nesta terça-feira (15) seus mais novos aparelhos Pixel, com o objetivo de aumentar sua participação no mercado de smartphones com recursos como o reconhecimento gestual, que permite que os usuários agitem as mãos para executar funções.

Os modelos Pixel 4 fizeram sua estreia pública em um evento “Made by Google”, onde a gigante da Internet atualizou sua linha de hardware antes da temporada de compras de fim de ano.

A Google disse que o Pixel 4 tem preço inicial de US$ 799 nos Estados Unidos para o modelo com tela de 5,7 polegadas e estará disponível a partir de 24 de outubro. o modelo maior, Pixel XL, de 6,3 polegadas, será vendido a preço inicial de US$ 899.

Com os novos dispositivos, o Google visa aumentar sua participação no segmento de smartphones premium, dominado pela Samsung e pela Apple, que lançou recentemente um iPhone 11 a partir de US$ 699.

O evento da Google em Nova York apresentou atualizações incluídas nas câmeras e alto-falantes domésticos inteligentes Nest e também anunciou que o serviço de streaming de jogos Stadia será lançado em 19 de novembro.

Os smartphones Pixel oferecem uma oportunidade de mostrar os recursos do sistema operacional Android e o Google Assistant, alimentado por inteligência artificial.

O Pixel 4 apresenta recursos aprimorados de câmera, usando inteligência artificial para aumentar o zoom óptico e tirar melhores fotos após o anoitecer, com um recurso dedicado à captura de imagens do céu à noite.

A tecnologia de detecção de movimento em que o Google vem trabalhando há algum tempo está incorporada ao Pixel 4 e permitirá executar alguns controles básicos, como silenciar alarmes ou pular para a próxima música, levantando ou agitando as mãos. Os aparelhos também incluem um recurso de “desbloqueio facial” semelhante aos de iPhones e outros dispositivos.

O impulso do Google no setor dos hardwares chega em um momento em que a empresa enfrenta um escrutínio maior sobre sua posição dominante em pesquisa na Internet e em publicidade digital.

Em meio a revisões antitruste em ambos os lados do Atlântico, o Google procura diversificar seus negócios adicionando mais dispositivos e serviços.

– Lançamento do Stadia –

A titã da Internet lançará seu serviço de streaming de jogos Stadia no dia 19 de novembro, na esperança de enviar jogos com qualidade de console para a nuvem.

O Stadia permite jogar videogame em qualquer dispositivo conectado à Internet, eliminando a necessidade de consoles de jogos.

Ele custará US$ 9,99 por mês e competirá com o Apple Arcade, que está sendo oferecido pela metade desse preço.

O Google atualizou produtos em toda a sua linha de hardwares, desde dispositivos domésticos inteligentes Nest até laptops Chromebook e fones de ouvido sem fio com inteligência artificial. Entre outras coisas, tornou mais natural o uso do Google para acessar os recursos da Internet e do assistente digital naturalmente com voz ou gestos a qualquer momento.

A noção de ter serviços on-line e inteligência de máquina por todos os lados e sempre prontos para atender as pessoas, sem que elas precisem tocar em smartphones ou teclados, é chamada de “computação ubíqua”.

“Nossa visão para a computação ubíqua é criar uma experiência única e consistente em qualquer lugar que você vá”, disse Rick Osterloh, chefe da divisão de hardware do Google.

– Embutindo privacidade –

O Google enfatizou os aprimoramentos de privacidade em sua linha de produtos, mantendo mais dados pessoais e funções de computação nos dispositivos, em vez de enviá-los aos datacenters na nuvem.

“A privacidade está embutida”, disse a diretora de gerenciamento de produtos do Google, Sabrina Ellis, ao apresentar o Pixel 4.

“O novo Google Assistant pode responder às solicitações diárias no dispositivo”.

Os dados processados nos aparelhos Pixel 4 “nunca são salvos ou compartilhados com outros serviços do Google”, acrescentou.

Os smartphones ainda precisam acessar a nuvem para solicitações como verificar se os voos estão atrasados ou evitar engarrafamentos.

Os usuários do Pixel 4 poderão dizer aos seus dispositivos para deletar tudo o que foi dito naquele dia ou semana, de acordo com Ellis. Um chip no telefone também foi criado para servir como um cofre digital seguro para dados pessoais.

“Hoje cada vez mais a história do Google é sobre recursos de IA no dispositivo (…) isso abre muitas possibilidades para desempenho mais rápido e melhor privacidade”, disse o analista-chefe da Technalysis Research, Bob O’Donnell, em um tuíte.