Os meses que antecederam a abertura de capital do Google, popular portal de buscas da internet, na bolsa de valores americana foram de quase histeria. Falava-se que a entrada da empresa iniciaria a nova onda de IPOs, sigla em inglês para nova oferta de ação. Os mais otimistas, incluindo os fundadores da empresa, Larry Page e Sergei Brin, acreditavam que cada papel seria vendido por até US$ 135. A baixa procura pelas ações obrigou a companhia a cortar o preço inicial para US$ 85. Na última quinta-feira, primeiro dia de negociação, o papel subiu a US$ 100 e arrecadou US$ 1,6 bilhão. Decepção para a estimativa inicial de mais de US$ 3 bilhões.

O principal obstáculo para o sucesso da negociação foi o método escolhido pelo Google, agora cotado como empresa de US$ 25 bilhões, para a venda das ações, conhecido como dutch auction, ou leilão holandês. O sistema permite, em teoria, que um maior número de pessoas tenha chance de compra. Ao se cadastrar, o investidor dá seu valor pela ação e a quantidade de papéis em que está interessado. Finalizado o leilão, é determinado o preço da ação, e todo valor igual ou superior ao estabelecido é considerado vencedor. Como a metodologia é rara nos EUA, investidores resolveram se ausentar do processo alegando um alto valor pelo papel em um processo pouco confiável.

 

4 bilhões de páginas cadastradas em seu sistema de busca

19,6 milhões de papéis negociados

US$ 1,6 bilhão obtidos na abertura de capital